Paul Mawhinney começou a colecionar discos há 60 anos. Comprou um single de Frank Lane. Alguns anos depois, chegou à incrível marca de 160 mil discos. Já era demais. Sua mulher lhe deu um ultimato: ou ele ou os discos saíam de casa. A solução que Paul arrumou foi alugar um depósito gigantesco, que era muito maior do que sua coleção até então.
Eis que ele percebeu que poderia comprar mais e mais. Eis que ele chegou à incrível marca de três milhões de discos. Três milhões! De quebra, ainda possui 300 mil CDs. Hoje, de acordo com o seu site, ele gasta a maior parte do seu dia catalogando sua coleção (veja no vídeo abaixo). Metade do que ele tem jamais passou pelo seu toca-discos ou CD player, por falta de tempo.
Ele acabou criando um guia, “Music Master”, que pretende listar tudo quanto é disco já produzido até hoje. Algo perto do impossível, algo que necessitaria de algumas vidas pra isso e a dele está chegando ao fim – pelo menos passou de dois terços.
Parece que ele se encheu de tanto trabalho, de cuidar de algo que deveria estar nas mãos de uma fundação. Afinal de contas, ele conseguiu juntar uma boa parte das história da música do século XX. Eis que em 2008 ele colocou toda a sua coleção à venda, através de um leilão no eBay. Foram apenas sete lances, porque o mínimo que ele pedia eram três milhões de dólares, ou R$ 6.400.000,00. Conseguiu US$ 3.002.150,00, um ágio de 0,07%. Cada LP/CD saiu por US$ 0,91, uma pechincha.
Isso se levarmos em consideração o quanto os analistas avaliaram a importância da coleção devidamente catalogada (um trabalho que não foi encerrado ainda): pelo menos US$ 50 milhões.
Se o comprador for esperto, pode fazer um serviço à história musical e ao seu próprio bolso, sem perder a mulher, o tempo e a saúde, como o bem-intencionado Paul.
Embora eu acredite que com esses três milhões de reais, a senhora Mawhinney não deve estar muito nervosa.
Essa coleção deveria ser tombada pelo poder público e estudada. Isso é muito raro e não pode se perder, se esfarelar.
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