AO VIVO: MUDHONEY NO BURGER BOOGALOO 2018

O Burger Boogaloo é um dos melhores festivais que ninguém parece se importar. Ele acontece desde 2010 e em 2018 rolou mais uma vez no Parque Mosswood, em Oakland, Califórnia (no final de semana de 30 de junho e 1º de julho).

A organização é da Burger Records, conhecida gravadora voltada a esquisitices sujas de garagem, das quais a maioria nunca vai ouvir falar (dá uma olhada no site, se ainda não conhece) – o selo foi formado em 2007 por integrantes da Thee Makeout Party.

A cidade tem um bom número de parques, que enchem nos dias mais quentes. Na sua parte sul, o Mosswood é tangenciado pela interestadual 580, que leva diretamente a São Francisco, a pouquíssimos quilômetros dali. Embaixo dos elevados da autoestrada, vivem uma série de sem-tetos, bem como na extremidade norte, perto do Hospital Kaiser.

Duas semanas antes do festival começar, rolou uma indigesta polêmica. A prefeitura mandou recolher os desabrigados, alegando que eram recolhidas centenas de seringas do local “onde muitos estudantes, inclusive deficientes, aparecem pra recrear”. As críticas caíram sobre a organização do festival, que teve que se defender dizendo que nada tinha a ver com a truculenta mudança dos sem-tetos.

“O Burger Boogaloo está sofrendo com a atual crise dos sem-teto em Oakland e em todos os lugares. Como conseqüência dos eventos e programas planejados no Mosswood Park, incluindo o nosso festival, as pessoas que moravam lá foram solicitadas a sair pela Polícia de Oakland. Antes da expulsão, a equipe do Burger Boogaloo dedicou um tempo ajudando as pessoas no parque com a mudança. O Burger Boogaloo fez doações a organizações de assistência aos sem-teto e encorajamos nossos amigos e qualquer um preocupado com a situação das pessoas aqui em nossa comunidade a fazer o mesmo”, disse a organização em seu site oficial.

A escalação do festival mostrou que, polêmicas à parte, valia a pena investir os US$ 170 pelos dois dias de música. Além dos principais Devo e Damned, a lista de bandas era um primor pra quem se delicia com o som sujo e podre das guitarras insanas: The Mummies, The Spits, Dwarves, Firestarter, Nots, Subsonics, Pookie & The Poodlez, Rip Offs, entre outros, e o Mudhoney.

Muitas bandas, em cima do palco, incentivaram doações a instituições de amparo aos sem-teto, ampliando o eco feito pelos organizadores – que, na visão da imprensa local, capricharam na diversidade dos artistas escolhidos, em raça e gênero.

Já a banda de Mark Arm não precisa de muita apresentação, nem polêmica. Ela está ali promovendo seu décimo disco, “Digital Garbage” (leia mais aqui), mas curiosamente, no seu set de trinta minutos, só tocou uma música do disco: “Paranoid Core”. O resto foi de porradas já conhecidas, pra diversão geral, como “Suck You Dry”, “Touch Me I’m Sick” e “I Like It Small”, por exemplo.

A gravação é bem boa – de som e imagem. Sábado de sol de verão, céu azul, uma plateia que vai enlouquecendo aos poucos. O Mudhoney mostrou sua reconhecida capacidade de fazer um show mais moderno e vigoroso que muita banda metida a moderna e vigorosa.

Foram dez músicas no total e você vê tudo no vídeo abaixo.

01. Suck You Dry
02. You Got It
03. I Like It Small
04. No One Has
05. Touch Me I’m Sick
06. Hey, Neanderfuck
07. The Farther I Go
08. 1995
09. Paranoid Core
10. You Stupid Asshole

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