O Projeto ASTROLÁBIO é de São Carlos, interior de São Paulo, formado em 2010 pelos arquitetos Artur Mei e Pedro Cornetta, junto com Vanderlei Reis, e chega ao seu segundo trabalho, uma trilha sonora pra seu próprio curta-metragem chamado “Coma”.
“Coma”, o disco, sucede “Sketches From Mars”, EP lançado em 2012, que teve “inspiração” na chegada da sonda espacial Curiosity a Marte – e por aí já dá pra ter uma ideia do som do Astrolábio: espacial, viajante, buscando inspiração no progressivo dos anos 1970, ou como diz Elson Barbosa, da Sinewave, “é um projeto que faz um space rock climático fumando na fonte (Pink) Floyd pós-Barrett, pré-ego-do-Waters”.
Esse é o primeiro lançamento da Sinewave em 2013. Pra baixar de graça, você deve clicar aqui.
O curta-metragem, você vê abaixo, com narração de Nathália Rodrigues e direção de Cornetta. São imagens espaciais e psicodélicas. Com o filme, o disco ganha mais sentido, as canções ficam grandiosas, a sinergia é matadora.
O curta é nitidamente dividido em duas partes, algo que não se percebe com clareza no disco. Na primeira, a aproximação à Terra, o espaço vazio que vai ganhando forma e se preenchendo. Na segunda, a partir de “Synapsis”, já há a influência dos seres vivos, principalmente do homem. É a parte mais rude, frenética e um tanto caótica, fechando o ciclo, com a corrida espacial.
É aconselhável ouvir “Coma” primeiro através do curta-metragem. A experiência é completa. O disco, inclusive, amplia sua dimensão, se destacando da órbita do progressivo. Trilhas sonoras podem ser o quão experimentais as imagens exigirem e dessa forma “Coma”, o EP, cumpre muito bem seu papel.
É um trabalho especial esse do Astrolábio: bem cuidado, planejado e executado. Apesar de todo o experimentalismo, é pra todos os ouvidos. Deste e de outros mundos.
1. Fluxus Vitalis
2. Images En Mouvement
3. Synapsis
4. Fluxus Vitalis II
Ouça o disco na íntegra: