BEADY EYE NO CIRCO VOADOR – COMO FOI


Texto por Adônis Lopes | Foto por Sergio Luiz Valle

Não é novidade pra ninguém e essa sensação vem se tornando cada vez mais constante, porque a comparação está mais fácil de ser feita: shows em espaços menores tendem a ser melhores (“tendem” porque não é exatamente uma regra).

Foi o caso do Interpol em São Paulo. Foi o caso do Beady Eye, ontem no Circo Voador, no Rio de Janeiro.

Nos vídeos abaixo, feitos por fãs em partes diferentes da casa, é possível ver que a proximidade é uma aliada do espetáculo. De cima, a visão da casa cheia, pulando junta, pode chegar a impressionar e arrepiar os mais sensíveis. Sim, ontem a Lapa respirava Beady Eye – e nem mesmo os chatos do Holger conseguiram estragar a noite.

O pessoal do @Queremos ainda teve uma ideia bacana pra esse primeiro dia de Eu Quero Festival!: deu cartazes pras pessoas escreverem mensagens pra banda e mostrarem durante o show. Teve umas hilárias, como a do City 6 x 1 United. Ajudou no conjunto de “agrado” à banda, embora Liam ainda tenha reclamado do som lá pelas tantas, sem justiça, já que no Circo é normalmente impecável.

A comparação com a apresentação no Planeta Terra acabou se tornando absurdamente desconcertante. No festival paulistano, Liam e seus comparsas ex-Oasis tocaram apenas 12 músicas, inclusive eliminando “Sons Of The Stage” do final, porque a resposta do público estava uma merda. Liam deve ter ouvido mais bocejos que aplausos dos indiezinhos de butique.

Não que não existam tais criaturas aqui no Rio de Janeiro. Mas quem esteve no Circo Voador na noite dessa segunda-feira, dia 7 de novembro, esteve ali pra ver o Beady Eye e não o Strokes ou quem quer que seja. Zuniu respeito por todos os lados.

Como disse o Fernando Lopes, editor deste site, sobre o show em São Paulo, começar com “Four Letter Word” é meio tudo-ou-nada, um verdadeiro “fuck”, chegou a banda! A inclusão de “Two Of A Kind” e, principalmente, de “For Anyone”, uma das mais empolgantes, já era esperado, mas esquentou ainda mais a noite.

“The Roller” cumpriu seu papel de hit, bem como “Bring The Light”: ganharam vozes em coro. Mas foram “Kill For A Dream”, com sua vocação pra estádios e pra esgotar gargantas, e a linda “The Beat Goes On”, as que causaram mais emoção no Circo, com a participação da plateia. No bis, meio óbvio até, veio “Sons Of The Stage”.

É que a banda não ia se prestar a tocar Oasis, por motivos óbvios, mas se houvesse repertório, talvez pudesse ficar ali por mais uma boa leva de tempo, que ninguém ia reclamar.

O Beady Eye não é uma banda pra ser elogiada aos quatro ventos: pode acabar sobrando um safanão da turma pró-Noel. Além do mais, é impossível não ficar a todo momento lembrando de como o Oasis sempre foi legal. Por outro lado, apesar de tudo isso, quem esteve no Circo Voador não vai negar que se divertiu um bocado.

Talvez mais até do que quem renunciou ao show em São Paulo pra andar nos brinquedos do Playcenter. De onde se pode levantar um questionamento: festivais servem mais pra socializar e se divertir e beber com os amigos, como uma grande festa, do que pra ouvir música. Pra curtir uma banda, na maioria dos artistas que gostamos, é melhor mesmo um lugar mais acanhado, com foco. Proximidade é tudo.

01. Four Letter Word
02. Beatles And Stones
03. Millionaire
04. Two Of A Kind
05. For Anyone
06. Three Ring Circus
07. The Roller
08. In The Bubble With A Bullet
09. Bring The Light
10. Standing On The Edge
11. Kill For A Dream
12. The Beat Goes On
13. Man Of Misery
14. The Morning Son
15. Wingwam

Bis
16. World Outside My Room
17. Sons Of The Stage

“For Anyone”

Por edualq

“Standing On The Edge Of The Noise”

Por sujeitoscompostos

“Kill For A Dream”

Por Selusava

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Comentários

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7 comentários

  1. Só uma correção, eu acho. Os tais cartazes com mensagens para a banda, até onde eu vi eram pôsteres com o verso sendo usado para isso. Todos os shows do Queremos têm esses pôsteres. Se tinha cartaz em branco pra galera preencher, eu não vi então.

    Maldade os comentários com a Holger! haha O show deles foi tenso, mas conseguiram conquistar a turma do Liam aos poucos. No final do show tinha muita gente comprando o barulho da banda.

    O Beady Eye tem um descompasso. Muito peso por conta do Liam, mas as músicas são manjadas e o setlist é limitado por terem só um álbum ainda. Sofreram no Terra justamente por não ter o que se destacar além da grife de um frontman estático. Mas no Rio, com a casa arrumada pra eles, a coisa funcionou perfeitamente.

    Liam falando “A gente se vê ano que vem. Tomara.” foi a síntese de como o público conseguiu arrancar a simpatia dele e do sucesso do show.

  2. A resposta do público estava uma merda, porque a Beady Eye fez um show de merda. Engraçado é botar a culpa em “indies paulistas´´ , o Rio é uma vergonha em termos de eventos e ficam fazendo vaquinha para trazer umas poucas bandas que uma meia dúzia de cariocas lúcidos gostam e que na maioria das vezes são sempre os mesmos que vão assistir aos shows das contratadas.
    Detalhe: Strokes não é banda “indie´´, aliás esse termo é horrivel e vázio de sentido. Nada hoje em dia é indie e se existisse isso em algum lugar esse seria o Rio de Janeiro, na qual repito, são sempre a mesma meia dúzia de pessoas lúcidas que gostam, levam e assistem bandas do calibre de um Pains Of Being Pure At Heart ou de um Vampire Weekend.

  3. Vale lembrar que a capacidade do Circo Voador é de 2000 pessoas e acredito que a “vaquinha” já demonstrou o quanto não precisamos de “eventos” que cobram valores absurdos.O valor mais caro que paguei em show de “vaquinha” foi R$ 120,00 no show histórico do Primal Scream.Acho que a “vaquinha” deveria ser feita em outras cidades brasileiras,muitas tem potencial desperdiçado.Cidades como Curitiba,brasilia,Recife,salvador,porto Alegre,Floripa,Bh,Fortaleza,vitoria e por aí vai….Não fazemos questão que os eventos sejam feitos aqui…Vamos fazer uma “vaquinha”,trazer apenas o que queremos e pagar o valor justo…geralmente o valor de 1/3 do cobrado em eventos.

  4. ” o Rio é uma vergonha em termos de eventos e ficam fazendo vaquinha para trazer umas poucas bandas que uma meia dúzia de cariocas lúcidos gostam e que na maioria das vezes são sempre os mesmos que vão assistir aos shows das contratadas.”

    Sim. O Rio é uma vergonha. E por causa dessa vergonha que surgiu o Queremos. O que era um problema virou um formato inovador. A tal vaquinha vai ser motivo de palestra da organização do Queremos no MIT. Pergunta pros artistas o que eles acham da tal vaquinha? Se o crowdfunding é depreciativo por mostrar o problema de falta de iniciativa, é uma demonstração clara de que as pessoas apreciam e querem ver o artista.

    Sim é uma meia dúzia de mesmas pessoas que banca. Eu sou uma delas. E não há demérito nisso. Sabe o que é legal nessa história? Tem uma cena que é um panelão no Rio de Janeiro, e a cada show eu acabo esbarrando e trocando idéia com alguma pessoa nova e a atmosfera no Circo é das mais agradáveis. E o mais importante, tem mercado que essa meia dúzia apoia e se sustenta.

    Com esse discurso raivoso acho que não chegamos a lugar nenhum. E a idéia de botar o público como financiador do espetáculo serve também pra que a meia dúzia de lúcidos tragam o máximo de pessoas para os shows. Já que a cobertura é mínima.

  5. Olha tem q ser muito burro, estupido pra falar mal do queremos, sem falar nos comentários preconceituosos, quem dera que tivessem mais pessoas assim aqui em Porto Alegre que chupamos bala e não vimos o Warpaint.

    Holger é um grande show.
    Oasis teve seus momentos terríveis muito antes do fim da banda, no quarto disco ficou registrado inclusive.

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