BELA INFANTA – ÀS VEZES OS PÁSSAROS NÃO VOAM PRO MESMO LADO NO INVERNO EP

O sul do Brasil é um terreno fértil pra boas bandas. Mas é claro que procedência não tem nada a ver com qualidade. Stenio L. de Souza (baixo), Deivys Joenck (teclado e voz), Israel Rolim (guitarra) e Marcelo Casas (bateria) formam o BELA INFANTA, banda de Joinville, Santa Catarina, que cometeu o bom “Às Vezes Os Pássaros Não Voam Pro Mesmo Lugar No Inverno”, seu segundo EP, lançado em maio de 2011.

Mas o quarteto poderia ser de Londres, Nova Iorque, Sidney, Manchester, tanto faz… É um som internacional. A sonoridade dark, climática, intimista, com teclados profundos, bateria contida e baixo soturno, era bem comum na década de 1980 (bandas como Hojerizah e Ethiopia, aqui no Brasil, seguiram a mesma trilha), e hoje em dia não nutre muita simpatia entre os revivalistas.

Mas o Bela Infanta deu de ombros pro que tá na onda. O EP, de título improvável, abraça essa causa com dignidade, principalmente na grandiosa “Outono De 1987”, o ponto alto, seguindo o rastro da ótima “Quando Os Muros Se Tornam Estradas”.

O instrumental é o mais impressionante da banda. Sonoridade internacional, sem fronteiras. O vocal em português ainda causa estranheza e deve dar um tom exótico aos ouvidos na gringolândia. Só que o Bela Infanta mereceria levar seu paralelismo melancólico com o The Cure pra além de qualquer abordagem exótica.

Entretanto, vale ressaltar que se esse é o único senão do disco – e é uma escolha própria – é porque estamos diante de um belo lançamento, de um EP digno de figurar nos melhores tocadores de MP3.

1. Planícies (veja o vídeo aqui)
2. O Deus Pagão
3. Quando Os Muros Se Tornam Estradas
4. Outono De 1987 (veja o vídeo aqui)
5. Maio

Pra baixar o disco, de graça, é só clicar aqui.

Ouça “Quando os Muros Se Tornam Estradas” (a música não tem dez minutos, mas quatro):

Aqui, o Bela Infanta em ação, tocando “Planícies” (o vídeo é de 2010):

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