BEN KWELLER NO SESC VILA MARIANA – COMO FOI

Antes do início do espetáculos, a apreensão – pelo menos minha e dos meus amigos – vinha do fato de ser um show acústico. Confesso que quase desisti de comprar meu ingresso quando fiquei sabendo que seria nesse formado. Se fosse com a banda completa, que é muito boa, seria mais legal. Não há dúvidas. Mas resolvi arriscar. Comprei meu ingresso e fui pro SESC Vila Mariana com receio de ter jogado dinheiro fora. Normalmente, mais de uma hora de show de voz e violão dá no saco.

Parte dessa apreensão começou a desaparecer logo que olhei pro palco, mesmo antes da entrada de Ben Kweller. Ali, além de dois violões e um microfone, havia um piano de calda e, plugados ao violão, uma série de pedais de efeito. Boas surpresas.

Às 21:30h desse dia 4 de dezembro de 2012, Ben apareceu sozinho, pegou o violão e, em poucos minutos, já tinha ganho a maior parte do público. E com razão, o cara é simpático e divertido, sem ser chato. Brincou com a plateia de maneira espontânea, sem piadas prontas e atendeu a diversos pedidos de músicas, discutindo diretamente com os fãs esses pedidos. Ben deixou claro que pra ele o fato do show ser acústico, também era motivo de apreensão e a certa altura admitiu sentir-se nu por estar sem a banda e sem os cabelos compridos, cortados recentemente.

Apesar disso, no transcorrer do show, a sensação que tínhamos era de que o cara estava se sentindo em casa, assim como seu público.

Ben, apesar da pouca idade, é um frontman seguro. Sabe conduzir o espetáculo, ainda que sozinho. Sempre o considerei um grande compositor, mas nunca um grande instrumentista, nem grande cantor. Engano meu. No voz e violão – nada de banquinho – o cara literalmente levantou a galera e em vários momentos usou uma distorção tão poderosa que sequer sentíamos falta da banda.

Mas, foi ao piano que Ben Kweller mostrou-se um grande músico em canções como “Gossip” e “Hospital Bed”. Em “Thirteen”, a melhor do show, tocou piano e gaita ao mesmo tempo. Em “Magic”, que mandou atendendo ao pedido de uma fã, errou, disse que não lembrava da música, começou de novo, errou de novo, começou de novo, errou de novo (!), e daí acertou a mão, levando os presentes ao delírio.

Foi um show no mínimo surpreendente pro formato. Eu, que entrei com medo de sair entediado depois de uma hora de show, saí revigorado depois de quase duas horas de apresentação.

Não chego a dizer que foi melhor do que se estivesse com a banda – como ouvi alguns dizendo – mas, em raríssimos momentos senti falta dela.

01. Commerce, TX
02. Walk On Me (com introdução de “Enter Sandman” do Metallica)
03. The Rules
04. Full Circle
05. On My Way
06. Run
07. Sawdust Man
08. Gossip
09. Thirteen
10. Sha Sha
11. Magic
12. Falling
13. Family Tree
14. Things I Like To Do
15. Fight
16. Sundress
17. Jealous Girl
18. Mean To Me

BIS
19. Wasted And Ready
20. In Other Words
21. Hear Me Out
22. Hospital Bed
23. Penny On The Train Track

Veja Ben Kweller tocando “Full Circle” (vídeo de RockinChairBR):

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