Quando Mick Jones foi despedido do Clash, lá no distante ano de 1983, não teve dúvidas do que fazer: o Big Audio Dynamite. A banda, que na época era tratada como algo experimental, por misturar funk, guitarras pesadas, elementos eletrônicos e samplers diversos, parecia ser só um devaneio do guitarrista.
Mas o Big Audio Dynamite mostrou apenas o caminho genial que Jones encaminharia o Clash, caso não fosse colocado na rua da amargura. O caminho acenado com “Combat Rock”, que os punks lançaram em 1982.
O BAD, formado por Jones, Don Letts (efeitos, programações e vocais), Greg Roberts (bateria), Leo ‘E-Zee-Kill’ Williams (baixo) e Dan Donovan (teclados), lançou sete discos e extrapolou o “conceito” de mídia integrada, trabalhando áudio e vídeo (graças a Letts, diretor de clipes do Clash e do documentário inglês de 1978 “The Punk Rock Movie”).
Durou oficialmente até 1990, quando Mick Jones deu um basta. Pelo menos no discurso, porque a banda continuou se reunindo, gravando e lançando discos até 1998, quando teve seu ocaso definitivo e melancólico (lançou discos sob alcunhas como Big Audio e Big Audio Dynamite II…). Houve ainda reuniões aqui e ali para shows, mas nada que merecesse alarde. Até agora.
Em abril de 2010, Don Letts disse que a formação original do BAD se reuniria para alguns shows, mas tinha que esperar Mick Jones se desvencilhar do trabalho com o Gorillaz. O que era só um teaser virou realidade em 2011. A banda anunciou uma série de grandes apresentações na Inglaterra e incluiu a participação no Coachella deste ano, pra ninguém ter dúvidas.
Pra se ter ideia do que o BAD é capaz ao vivo, “E=MC2”, ao vivo, em Londres, em 1988:
A banda esteve no Brasil em 1987. Da série de apresentações no país, infelizmente achei apenas esse vídeo tosco, mas estive num desses shows e posso dizer que foi impossível ficar parado.
A volta do BAD, com a formação original é algo para comemorar. Nem que seja por curiosidade histórica.
Fica a dica pro Rock In Rio, SWU e afins.
Pra encerrar, “Rush”, do “The Globe”, de 1991: