BLIND PILOT

Folk music, ausência de guitarras, violões à exaustão, baquetas com escovinhas pra amaciar as batidas, violinos (muitos violinos), cordas e mais cordas… Ei, cadê o rock’n’roll?

Pois é, o BLIND PILOT, banda de Portland, Esteites, passeia por esse universo que não é exatamente rock, não há rebeldia, ninguém xinga ninguém, onde pouca gente sai suada dos shows – a não ser que o ar-condicionado esteja quebrado e a aglomeração seja massacrante – e onde aqueles dorme-sujos-barbados-como-ermitões se sentem bem à vontade.

Então, por que diabos a banda aparece aqui no Floga-se? Por dois motivos. O primeiro é que não necessariamente só se acha banda boa por aqui. Pelo contrário. Aponte cinco e você ganha um doce (o que não dá barato). O segundo é que eles estiveram recentemente, em 9 de dezembro, na KEXP e me convenceram de que o som deles também tem lugar no meu iPod, mesmo sem guitarras, sem rebeldia, sem chutar o pau da barraca…

O Blind Pilot é Israel Nebeker, guitarrista (??), violonista e letrista da banda, o cabeção; e Ryan Dobrowski, baterista; amigos de faculdade, nerds que em 2006 resolveram fazer um som. Essas coisas de faculdade dão certo ou pra você comer umas minas, ou pra frazer uns amigos ou pra ganhar uma grana. No caso deles, pelo o que eu saiba, só a terceira opção tá funcionando. Ou quase.

É que o Blind Pilot, pode acreditar, ficou conhecido por excursionar de bicicleta. Pedalando. Não sei se por falta de grana. Talvez não. A primeira tour de bicicleta começou no Canadá, em Vancouver, e terminou em São Francisco, mas só porque roubaram as magrelas deles (alguém ainda chama bicicleta de “magrela”?). O sucesso, dentro dos parâmetros de uma banda no começo de carreira, impulsionou a dupla a levar a coisa a sério.

Tanto que a banda cresceu. Após o lançamento do primeiro e único CD, “3 Rounds And A Sound”, em julho de 2008, com shows enchendo a agenda, a banda virou um sexteto e excursiona agora de van. Eles são, além da dupla inicial, Kati Claborn (banjo), Luke Ydstie (contrabaixo), Dave Jorgensen (trumpete e harmônica) e Ian Krist (vibrafone).

O lance da bicicleta ficou pra trás e eles começaram a ser notados pela música, que afinal é o que interessa, ora bem. É sobre isso que vou falar agora.

Se você gosta de country, folk, calmaria total, aqui é o seu lugar. Iron & Wine, pra se ter uma ideia. Mas as referências batem no Decemberists, no Dodos, no Shins, esse tipo de coisa. “Paiter Or Pollen” é um bom início. A versão abaixo é da recente sessão na KEXP:

 

Aqui vai, da mesma sessão, “One Red Thread”, pra cimentar a ideia:

Já deu pra sacar como é o lance da banda natureba. Som bacana, como tantas outras que pipocam sem guitarras pelos Esteites. Mas se é bom, por que não?

O seviço do disco eu dou abaixo:

01. Oviedo
02. The Story I Heard
03. Paint Or Pollen
04. Poor Boy
05. One Red Thread
06. Go On, Say It
07. Two Towns From Me
08. I Buried A Bone
09. Things I Cannot Recall
10. The Bitter End
11. 3 Rounds And A Sound

O primeiro single do disco foi “Go On, Say It”, com o vídeo oficial aí embaixo:

Ainda tem essa sessão no LaundroMatinee, de 19 de outubro de 2009, com três músicas:

“Buried A Bone”:

“One Red Thread”:

“Two Towns From Me”:

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Comentários

comentários

Um comentário

  1. Eu escutei Blind Pilot ontem e aprovo a qualidade musical.

    Ja que é uma raridade ter um gosto peculiar assim, você poderia me recomendar outras?

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