Gustavo Jobim é um dos artista preferidos aqui da casa e produz um bocado – por isso não se espante se você perder o fio da meada de sua discografia.
Por conta disso, o Floga-se faz questão de marcar o lançamento deste “Hochofen”, um disco em parceria com o alemão Michael Brückner. A obra é marcante pela forma como se apresenta palatável ao gosto eletrônico, ao kraut, ao mesmo tempo que se mostra estranha, com seus ruídos robóticos e “não-canções”.
De acordo com a apresentação do disco, “o registro vai transcorrendo e paisagens sonoras vão surgindo, como que em uma viagem de trem, e sentado na janela o ouvinte observa tudo em movimento, e fundindo-se”.
Mas o Floga-se conversou com Jobim sobre o disco e ele revela mais: “depois que entrei num fórum sobre música eletrônica, Brückner deu as boas vindas e passamos a manter contato pela Internet. Se lembro bem, eu fiz o convite pra fazermos uma colaboração. Eu tenho o hábito de convidar músicos com quem percebo afinidade, através de trabalhos deles que eu tenha ouvido, a fazer um álbum inteiro. Ele aceitou e mandou duas músicas semi-prontas, eu estava sem tempo, essa pré-história se arrastou durante algum tempo. Na virada do ano 2013 pra 2014, pude realmente começar a trabalhar nesse novo álbum e fui complementando as faixas. A maioria foi iniciada por ele, eu acrescentava algum elemento e mixava. Os elementos finais de mixagem e sons foram sempre em comum acordo. Uma das faixas foi começada por mim no drum machine, ele complementou. Nós dois éramos capazes de fazer qualquer dos sons do álbum”.
“Sobre os nomes das faixas e do disco, foram todos feitos por ele, a meu pedido. Eu não sabia que nome dar, mas opinei sobre as escolhas dele. São todos em alemão, um deles é um trocadilho, quem quiser se aprofundar pode usar o Google Translator e a Wikipedia, vamos deixar esse pequeno mistério aí”, diz.
Por exemplo, “Hochofen”, o título do disco, quer dizer “alto-forno”, como se vê em siderúrgicas. Foi do título (e dos nomes das músicas) que o deseigner Davi Fontenele criou a arte da capa. A estranha e misteriosa “Schonzeit” quer dizer “período de defeso” ou “época de repouso”. O que importa é que é uma bela canção ambient. A mais acessível é “Grünspan”, simples mas com uma viciante melodia.
No total, são cinco músicas escritas, executadas e produzidas pela dupla. O disco foi lançado pela Plataforma Records, dia 30 de outubro de 2014.
Vale ouvir na íntegra (e baixar na faixa):
1. Zunder
2. Hertzgebirge
3. Schonzeit
4. Grünspan
5. Tauchsieder