No dia 18 de fevereiro de 2014, Cadu Tenório despiu-se de suas alcunhas e assumiu-se Cadu Tenório, fazedor de sons tortos e instigantes. “Cassettes” é seu primeiro disco assinado sem “disfarces”.
São quatro músicas montadas como quebra-cabeças de fragmentos colecionados nos quatro anos de muitos projetos e provocações sonoras: “teclados, vozes, objetos ambiências de diferentes salas das duas casas que vivi nesse período”, diz o artista no Bandcamp onde o disco foi publicado, com o aprazível esquema de “pague quanto quiser” (saiu oficialmente pela Sinewave).
Quem conhece Cadu Tenório com o VICTM!, o Sobre A Máquina, o Ceticências, o Santa Rosa’s Family Tree, o Gruta, pode assimilar facilmente as construções de “Cassettes”, sem estranhezas. “Prematuro” é, até, um ótimo começo: lenta, soturna, misteriosa, instiga o ouvinte. “Redoma” é, acredite no termo, bonita.
Cadu segue firme na fuga de sucumbir aos prazeres fáceis da música jovem e dita moderna. Escolheu o difícil, o tortuoso. Sabe que pouca gente vai entendê-lo e ouvi-lo, porque não se entra nessa em busca de louros. Fica-se mesmo, vez por outras, a recolher e juntar os cacos.
1. Prematuro
2. Valsa (clique aqui pra ver o vídeo)
3. Redoma
4. Ventre
Ouça na íntegra:
Foto de autoria de Renan Barbosa.