Os cariocas do Chinese Cookie Poets chegam ao seu primeiro disco de fato e direito. É “Worm Love”, que tem lançamento virtual dia 15 de março de 2012, via Sinewave, com edição física limitada, a princípio, a uma centena de cópias (que podem ser adquiridas nos shows da banda ou via e-mail).
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Renato Godoy (bateria), Felipe Zenícola (baixo) e Marcos Campello (guitarra) acreditam que chegaram a um resultado “arrojado”, segundo o release de lançamento: “trata-se de um disco cujo método de composição é efeito da própria contingência da música de improviso. Nele o esforço foi desenvolver uma técnica de improvisação da improvisação, abrindo-se um espaço contingente enorme no processo de edição, que embora consciente e prognóstico, não pode assegurar o resultado, analogamente ao experimento de um químico que tenta se cercar de todas as variáveis de uma experiência”.
O disco foi todo gravado numa sessão só de 40 minutos, no estúdio carioca Audio Rebel. A partir daí, a banda, que produziu o trabalho, editou tudo, recriando o improviso: “eles começam numa sessão de improviso, avançam em direção a uma composição que resulta de um processo posterior de edição radical em estúdio, e culminam na apresentação ao vivo que é uma espécie de síntese do processo criativo deles, onde executam o resultado, que nunca é exatamente o resultado do processo de edição”.
O Floga-se conversou com Felipe Zenícola sobre o disco e quis saber se nesse processo um tanto empírico o resultado acabou agradando o trio e se há alguma diferença pros trabalhos anteriores. Zenícola foi categórico: “nada com ralação à feitura do disco foi premeditado, tanto que no início ele seria um EP, e acabou ganhando novas faixas no fim do ano (passado); no final, acabamos bem felizes com o resultado, um disco bem distinto de tudo que já lançamos”.
“Distinto” como? “Na real, é distinto no sentido que seguimos com a evolução do som da banda, em contrapartida a um ‘mais do mesmo’, teve mais presença dá pós-produção e acabou trazendo conteúdos musicais que não se ouviu ainda no nosso som, seja nos discos ou ao vivo (principalmente)”, diz Zenícola.
Há canções já conhecidas dos fãs da banda, como “Free The Monkey” e “En La Mano Del Payaso”, lançadas num single em janeiro de 2012, inclusive com clipe pra “En La Mano…”. E há “Discipline And Manners”, com a participação especialíssima de Arto Lindsay, na voz e na guitarra.
“O Renato conhecia o Arto. Eles trabalham juntos direto”, diz Felipe, curto e direto, ciente de que não poderia haver participação mais apropriada pra contribuir com o som do CCP.
Aliás, o entorno do disco se encaixa perfeitamente. A começar pelo selo. Quando a Sinewave abraçou o trio era possível se questionar porque tal união não surgiu antes. Da mesma forma, a bela capa é fruto de uma parceria óbvia agora que a vemos em prática: foi elaborada por Thiago Modesto, o responsável pelas excepcionais capas dos discos do Sobre A Máquina. Aqui, o resultado é extraordinário, na mesma medida. A masterização de todo o material ficou com Takayoshi Manabe.
Quanto aos shows, Zenícola avisa que não vai ter turnê de lançamento: “não, porque não temos condições de executar esse disco ao vivo; atualmente tocamos duas faixas dele ao vivo e talvez consigamos tirar mais uma ou duas, poque ele foi muito mexido em estúdio, os improvisos foram completamente maculados, picotados, ctrl C + ctrl V sem pudor; daí que mesmo que façamos uma versão, vai soar muito diferente… Por isso, acho que não faz sentido uma turnê de lançamento… Pensamos em um show de lançamento, mais pra lançar a versão física”.
E ele completa: “a versão do disco é a versão definitiva; a versão ao vivo é uma versão da versão ‘original’; na verdade, tudo acaba sendo relativo, porque o que existiu primeiro foi um improviso registrado, depois picotamos e ‘criamos’ arranjos em estúdio com esse material; chamamos isso de música e colocamos num disco dessa maneira, depois ‘tiramos’ esses arranjos no ensaio e ‘reproduzimos’ ao vivo”.
É um looping interessante, já que valoriza o disco (por conter versões assumidas como definitivas), e valoriza o show, já que nenhum pode ser igual ao outro. Felipe concorda e brinca: “é tipo baixe o disco, vá ao show, e compre o disco (risos)”. Sim, uma “estratégia” completa.
“Worm Love” começou bem.
01. Plastic Love
02. Free The Monkey
03. En La Mano Del Payaso
04. European School Of Homegrown Worms Improvisation
05. Chinatown Blues
06. Hakkeyoi
07. Discipline And Manners (feat. Arto Lindsay)
08. Three Worms – Jukai
09. Three Worms – Koan
10. Three Worms – Ziran
11. Worm Love
Ouça na íntegra:
A foto que abre o post é de Thiago Fusco.
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[…] pasme, você vai adorar, mesmo simpatizando com o caos impetrado pelo trio no ótimo e essencial “Worm Love”, de 2012. Até porque ao chegar em “Tiao Yue”, o ouvinte percebe que tá tudo […]