Os “esquisitos” dominam o mundo da música. Há gente esquisita fazendo música normal e comum. Há gente “normal” fazendo música esquisita. Há gente que se acha esquisita, mas pode ser inserida nos padrões de normalidade e faz música bem normal. Há o inverso. Ser esquisito, ainda, pode ser um passaporte para vender música para determinadas tribos. Um grande negócio, certo, indiezinhos de All Star coloridos?
Ah… As tribos… Elas são formadas por gente esquisita, tentando ser diferente daquilo que consideram normal na sociedade, mas acabam sendo iguais entre si, seja na esquisitice ou na normalidade. Seguem padrões e, portanto, são normais.
E no meio disso tudo, tem o CocoRosie. As irmãs Sierra e Bianca Casady são esquisitas, fazem música esquisita e só gente esquisita, assim mais ou menos como eu e você (que também seguimos alguns dos muitos padrões inevitáveis), consegue gostar. Não é preciso ser de uma tribo, porque não há tribo esquisita que se encaixe na esquisitice dessas duas.
Eu já dei minha opinião, mas você pode estar entre aqueles que acham que o CocoRosie é um grupo circense fazendo música mais ou menos. Já ouvi dizerem isso. Talvez você só não seja tão esquisito quanto essas duas – e provavelmente você está com a razão, não é prudente sê-lo.
Realmente não importa. Porque esse disco novo, “Grey Oceans”, é esquisito de tão bom, comparando-se com os anteriores. E você poderá dizer que é só “mais pop”, com músicas mais palatáveis. Mais uma vez você pode ter razão, mas vamos lá que nenhum de nós esteja certo. Faça, então, o favor de ouvir essa sessão no Daytrotter, a primeira da dupla no sempre espetacular site. Ela dará razão a todos: ser esquisita é um grande trunfo pra essa banda.
São cinco músicas (o que já esquisito, afinal uma sessão no Daytrotter normalmente tem quatro canções), todas do citado “Grey Oceans”, exceto “Fatherhood”, que é uma música inédita, nunca gravada nem tocada antes.
Fica esquisito não ouvir:
“The Moon Asked The Crow”
“Fatherhood”
“R.I.P. Burn Face”
“Lemonade”
“Fairy Paradise”
A sessão saiu com o nome de “Beauty In The Ravens’ Speeches” e com essa capa esquisita (mas belíssima):
Pra baixar as músicas e ler o sempre bom texto de Sean Moeller, clique aqui.