CONTOS NO MEIO DO NADA

É assim que Noel Gallagher escrevia no seu blog durante a turnê sul-americana. Ok, a América do Sul é outro planeta mesmo para europeus e norte-americanos, nenhuma novidade.

Mas dia 12, segunda-feira, ele estava de muito mau humor e declarou o seguinte: “What a mad day! I just woke up at 11:45. A.M.! That in itself is mental. I haven’t slept that long since 1998 – Paris, I think it was. It’s FUCKIN’ PISSING DOWN WITH RAIN and it’s pitch black – maybe not black, but very, very grey. Curitiba was great. The gig was anyway. Dunno what we’re trying to prove by playing places like that, and here in Porto Alegre for that matter. Why not just do 2 big, fuck off gigs in Rio and Sao Paolo?? If everyone in Argentina is willing to travel to Buenos Aires to be part of one of the greatest nights of all time (I’m not kidding, you should’ve been there!) Then I don’t see what the difference is in Brazil. It’s the kids who lose out, if you ask me. Someone throwing up a make-shift stage in some car park can never compare with the noise and colour of a stadium. Still, the gigs themselves are great. Could be better though. Anyway, ‘nuff of that. What’s happening with you? As I said, am currently in Porto Alegre. Waiting to soundcheck. In the rain. Looking forward to going home tomorrow”.

Estava puto de ter que fazer shows em Curitiba e Porto Alegre, achando que São Paulo e Rio bastavam. A comparação com Buenos Aires foi infeliz, basta ver o tamanho de cada país. Mas o problema é sério. Tirando o eixão, onde os shows são realmente, em boa parte das vezes, bem organizados, os produtores precisam tomar cuidado para não fazer espetáculos em qualquer “estacionamento”, como bem disse Noel. Ruim para o público, ruim para bandas deste tamanho.

Por isso, talvez, o resmungão quisesse tanto ir embora. Não pela chuva, nem pelo cansaço. Ele estava mesmo é muito longe de casa.

Só que no dia seguinte, na terça-feira, após o show em Porto Alegre, o discurso mudou.

“Ahem. I take back all I said yesterday. About bring the mountain to Mohammed (are we still allowed to say that? I recall an incident with a teddy bear recently), so to speak. Last night’s gig was incredible. I say gig, I’m not sure I heard any of it, but the night was amazing. Amazing. Amazing. Even The Shroud had a banner in the crowd. It was a cardboard cut-out of his hairy little head. Underneath was the legend, “JESUS”. Simple. Beautiful. (…) All packed and ready to leave. I speak directly to you people of South America. You have been truly amazing. It’s been a privilege to play for you. The memories of this little tour will live with me for a long time. Mucho gracias and obrigado. Hasta luego”.

Nada como um bom show e o artista se empolga.

Obrigado.

E até logo, mas acredito que infelizmente não para quem é de fora de São Paulo e Rio.

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Um comentário

  1. […] O grupo da cidade inglesa de Manchester promovia, na época, o álbum Dig Out Your Soul, de 2008. E aproveitou a vinda ao Brasil – que incluiu passagens por Rio de Janeiro, São Paulo e terminaria em Porto Alegre – para realizar a apresentação no estacionamento do Expotrade, algo criticado por Noel Gallagher. Dias mais tarde, escrevendo no Myspace do conjunto (lembra do Myspace?) às vésperas de subir ao palco no Rio Grande do Sul, o guitarrista e compositor desabafou: […]

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