Pra quem gosta de um dark-gótico-industrial, o Creepypasta é o que há. A dupla formada por Matheus Borges (Nosso Querido Figueiredo) e Bruno Ribeiro (7mm No Paraíso) lança o primeiro disco, “Medusa”, em 22 de setembro de 2016, de maneira independente, e vale um bocado. Não é só curiosidade passageira – você já pôde ouvir antes “Palmer Eldritch” (aqui).
Cheio de batidas sombrias, andamentos escuros, vocais sussurrados ou gritados, é uma obra típica dos anos oitenta mais góticos, recomendado principalmente aos fãs de Pink Industry (ouça, pois, “Caralhada” e “Felicidade”).
Não é um álbum de canções cheias, são as lacunas que criam o clima (como a simplicidade de “Orgia”, com um vocal que parece que Caetano Veloso deu uma meia-trava no Espaço Retrô; e de “Ninguém”, com seu vocal punk); mesmo em canções mais acessíveis, como na divertida e já conhecida “Fantasma No Ouvido”, a que mais se encaixaria no repertório do Nosso Querido Figueiredo; e “Brinquedo”, dançante sem perder o clima soturno.
Ouça na íntegra:
A dupla define “Medusa” como “uma experiência macabra e dançante”. Foi gravada através de trocas de MP3 por e-mail, entre os meses de junho e agosto de 2016. Matheus em Porto Alegre, Bruno em Campina Grande, sem olho no olho. A distância entre as cidades é de três mil quilômetros. Foi, pelo o que se ouve, uma experiência acertadamente produtiva.
O mito da Medusa, que representa (em algumas leituras) a fúria feminina pode até ser compreendido nos títulos das faixas nesta obra, mas não é o mais importante. O que salta aos olhos é que a Medusa é um dos deuses subterrâneos da mitologia – há os deuses do Olimpo e há os deuses do subterrâneo, os ctônicos. A Creepypasta prefere trabalhar com a escuridão e na escuridão.
01. Orgias
02. Fantasma No Ouvido
03. Brinquedo
04. Caralhada
05. Palmer Eldritch
06. Barbarella
07. Folhas Secas
08. Rabbit Lost Control (qndvcvmñtmprg)
09. Rua XV
10. Ninguém
11. Felicidade
12. Invade!
[…] “Cheio de batidas sombrias, andamentos escuros, vocais sussurrados ou gritados, é uma obra típica dos anos oitenta mais góticos, recomendado principalmente aos fãs de Pink Industry (ouça, pois, “Caralhada” e “Felicidade”).” (Floga-se) […]