O sexto disco do Crocodiles de Brandon Welchez e Charles Roswell, “Dreamless”, foi gravado na Cidade do México, onde Welchez agora habita.
De acordo com o produtor Martin Thulin (que também produziu o disco anterior, “Boys”, de 2015), esse é “um trabalho diferente do Crocodiles, mais focado em linhas de baixo e batidas do que em muralhas de ruídos de guitarras”. E completa: “como sempre, foi um prazer trabalhar com Brandon e Charles no estúdio, mesmo que todos estivéssemos experimentando dificuldades na vida real na época”.
São essas dificuldades que fizeram o disco ficar em cima do muro entre a felicidade que a sonoridade intenta transparecer e a prática melódica imposta. Há canções, como “Maximum Penetration”, bastante melancólicas, enquanto outras, como “Welcome To Hell”, apelam pra batida oitentista retrô, buscando uma alegria informal (tal como expressa na letra).
Não que seja algo estranho ao novo universo do Crocodiles, experimentado desde “Boys” e suas divertidas incursões requebrantes, vide a ótima e grudenta “Foolin’ Around”. É que “Dreamless”, à primeira audição, soa um tanto forçado, embora seja um trabalho que requeira um atenção maior, repetida, devido à gama de emoções.
Você pode ouvir aqui na íntegra:
“I’m Sick” é um Crocodiles ruidoso, em contraste com as batidas dançantes. “Go Now”, uma balada soturna. “Jumping On Angels” é um bom esforço pop. E é nessa linha que “Dreamless” segue, alternando momentos, características e emoções. Ao contrário do que se possa imaginar, não é um disco irregular ou desestruturado. É perfeito pra aqueles dias em que a gente quer rir pra não chorar, esquecer uma dor, ou disfarçar um sentimento qualquer.
“Dreamless” é um choque de realidade. A maturidade. Nenhum sonho sobrevive num mundo de sonhos.
01. Telepathic Lover
02. Maximum Penetration
03. Welcome To Hell
04. I’m Sick
05. Go Now
06. Alita
07. Jumping On Angels
08. Time To Kill
09. Jailbird
10. Not Even In Your Dreams
