Um dos grandes baratos desta sessão não é apenas os quatro vídeos que mostram o Cymbals Eat Guitars em ação – algo inédito a nós brasileiros. Está nas revelações que o bate-papo rendeu.
Sim, o quarteto estadunidense em ação é algo espetacular, se você é daqueles apaixonados por experimentação, mas precisou ser contido pelo produtor John Agnello (que já trabalhou com o Sonic Youth e o Dinosaur Jr.), nesse novo disco, o segundo da carreira, “Lenses Alien”, senão as músicas seriam verdadeiras obras surrealistas sem pé nem cabeça.
A banda entrega que Agnello, porém, dava liberdade pra ensurdecer, como na faixa de abertura, “Rifle Eyesight (Proper Name)”, de acordo com Matthew Miller, baixista e vocalista: “levou muito tempo pra gente terminar essa música. Ficamos com muitas versões que não nos satisfaziam, mas de vez em quando o barulho mudava tudo. Percebemos que estávamos fazendo barulho por dois minutos. John nos aconselhou, assim, a deixar as pessoas desconfortáveis, então o objetivo passou a ser aquele”.
A entrevistadora provoca perguntando se eles realmente conseguem deixar as pessoas desconfortáveis. E logo entra a canção citada. Mas não só nela. O Cymbals Eat Guitars tem a manha de deixar as pessoas desconfortáveis em qualquer música, mesmo que elas estejam agora com mais “cara de canção”, com três minutos, por aí, embora sem a estrutura estrofe-estrofe-refrão-estrofe.
Essa é uma das virtudes do quarteto. Um artista que deixa os outros desconfortáveis merece sempre o apreço. A arte também é pra isso.
Veja os quatro vídeos da seção e leia a entrevista na íntegra clicando aqui.
“Keep Me Waiting”
“Definite Darkness”
“Rifle Eyesight (Proper Name)”
“Another Tunguska”