Esse é o segundo disco do Dévil Évil, trio gaúcho (de Porto Alegre) que já havia me pegado de jeito com a estreia de 2011, “Sorte”. E é um disco melhor.
Parece que Luiz Bruno (guitarra e vocal), Gabriella Tachini (bateria) e Cadu Peixoto (baixo) incorporaram ao punk-noise (que se ouve bem na faixa de abertura, “Cavalo De Vento”) um tanto do experimentalismo e concretismo do subterrâneo paulistano dos anos 80, encarnado em nomes como Smack (“O Iberê Matou Um Cara”, “Adultos Agem Como Crianças” e “Eu Vivo No Passado”) e Voluntários da Pátria.
“O Futuro Tá Rolando” tem quinze faixas e foi lançado na calada do final de 2012, em 28 de dezembro. Se você me permitir a liberdade, puxo esse disco pra 2013 pra que generosamente possa ter o merecido reconhecimento nas listas de final de ano.
O baixo de Peixoto continua contundente, como em “Sarcófago”, e as letras, simples e sem frescuras (os títulos dizem tudo).
De “Sorte” pra “O Futuro Tá Rolando”, a banda parece que deu um tremendo salto. Parece que houve uma autoavaliação e o trio pinçou o que havia de melhor em “Sorte” e trabalhou em cima pro novo disco: as letras, a força experimental, a objetividade da maioria das canções (de menos de três minutos), o peso das distorções.
Um exercício que fez com que esse segundo disco ficasse muito melhor, pareça coeso, apesar das variações entre as canções, e não aparente ser longo.
Vale ouvir os dois, em comparação.
A capa, como no disco anterior, também merece destaque, feita por Fred Messias, embora até nesse caso haja uma evolução.
Em resumo, no ritmo dessa toada, o futuro da banda é ainda bem mais promissor do que esse que já tá rolando.
Ouça na íntegra:
01. Cavalo De Vento
02. Aperte Os Ossos
03. Faca o Que Eu Quero
04. Sarcófago
05. O Ibere Matou Um Cara
06. Adultos Agem Como Crianças
07. Rei Da Procrastinação
08. Eu Vivo No Passado
09. Nossos Demônios
10. Cavalo De Vento II
11. Lá longe
12. Morrer Sem Saber
13. Não Rola
14. O Futuro Tá Rolando
15. Mercúrio Retrogrado