Ibi Dreams of Pavement (A Better Day), no webcast
Seja bem-vindo, Broken Social Scene! A casa é sua. Não cabe toda a banda aqui no quarto, mas seja bem-vindo. Aqui, já recebi o National, o Arcade Fire, o Belle & Sebastian e o Iron & Wine, isso só no ano passado. Em 2011, a estreia nesse palco aqui, de 17 polegadas, tela plana, no maior conforto, coube a você.
Kevin Drew, Brendan Canning e companhia ilimitada, indescritível, incontável e insuperável estavam aqui em casa. Na sua também, eu espero. Estavam no Terminal 5, em Nova Iorque, Esteites, mas também aqui em casa. Direto, sem interrupções, sem fila pra comprar cerveja, sem empurra-empurra… E sem aquela plateia fria e chata que os estadunidenses se mostraram.
Ok, não havia também o calor de um show de verdade, o zumbido nos ouvidos, o som alto e vibrante…
O que o Broken Social Scene apresentou na noite desse dia 18 de janeiro de 2011, ao vivo para o mundo todo, de graça, via YouTube, foi um grande show – e foi algo histórico: 23 músicas em duas horas e quatro minutos. Mais do que um grande show no tamanho, na extensão, na duração, foram 23 músicas empolgantes, pra fazer você pular e incomodar vizinhos da meia-noite, hora em que a banda subiu ao palco e começou a transmissão, até as duas da manhã.
Um convidado desses você não quer que vá embora nunca. Você oferece mais um cafezinho, mais um pedaço de bolo. Porém, infelizmente, ele deve ir e tudo acaba. Daí, você se belisca: não, não foi um sonho. Esse sorriso no rosto vai durar um bom tempo e você, mal acostumado, vai ficar esperando a próxima banda que irá receber em casa.
Com abertura do Here We Go Magic (cujo show não foi transmitido ao vivo), a dupla central do coletivo canadense comandou a plateia estadunidense (estática, mas merecedora do agradecimento da banda: “vocês estão aqui pela gente e nós estamos aqui por vocês, então é um obrigado mútuo”), em mais um dos inesquecíveis espetáculos que os tempos modernos nos oferecem.
E não podia ter começado melhor. De cara, “World Sick”. Uma dezena de câmeras (no meio da plateia, duas gruas, uma na boca do palco com “grande angular”, outras tantas passeando no palco etc.) conseguiu focalizar o entrosamento dos muitos agregados de Kevin Drew e Brendan Canning em cima do palco, a amplitude do espaço, a não-reação do modorrento público e tudo o mais. Só não conseguiu captar a euforia dos que não estavam lá, mas que recebiam de braços e ouvidos abertos o Broken Social Scene em suas próprias casas.
Ainda mais com “World Sick”. E com “Texico Bitches” e “7/4 (Shoreline)”, “Fired Eye’d Boy”, “All To All”, uma sequência de tirar o fôlego. Quem viu até o fim, ainda pôde se embasbacar com a esbórnia sonora de “Meet Me In The Basement”, a alegria contida de “Almost Crimes” e a beleza de “Major Label Debut”, que encerrou a festa.
“Hotel”:
“Meet Me In The Basement”:
“Water In Hell”:
Não importa que Feist, James Shaw e Emily Haines (os dois últimos, do Metric), entre outros, não estavam lá. Em questão de presença, o que importa é que o Broken Social Scene fez da minha casa, da nossa casa, a casa deles.
Vai ficar na memória.
01. World Sick
02. Texico Bitches
03. 7/4 (Shoreline)
04. Fired Eye’d Boy
05. All To All
06. Canada Vs. America
07. Cause=Time
08. Sweetest Kill
09. Art House Director
10. Forced To Love
11. Hotel
12. Guilty Cubicles
13. Superconnected
14. Anthems For A 17 Year Old Girl
15. Lover’s Spit
16. Water In Hell
17. Ungrateful Little Father
18. KC Accidental
19. Meet Me In The Basement
20. Looks Just Like The Sun
21. Almost Crimes
22. Ibi Dreams Of Pavement
23. Major Label Debut
O áudio completo desse webcast você pode baixar aqui (via Rapidshare, 177Mb, em arquivo zipado com MP3 de 192Kbps).
[…] This post was mentioned on Twitter by Marcelo Costa. Marcelo Costa said: RT @flogase: Baixe o aúdio completo do webcast do Broken Social Scene, ontem, no Terminal 5: http://500s.tv/wwbGr #outros500 […]