No show dessa quinta-feira, 26 de julho, em São Paulo, no Via Funchal, cheguei a essa conclusão. A banda de peso entrou depois das chatices redondas do Moptop e do Hurtmold. E já chegaram bem. A trinca inicial, “This Is a Song”, “Take A Chance” e “Forever Lost”, foi como se começasse um rodízio em churrascaria com picanha, cupim e costela desmanchando: é imbatível.
Mas ainda teve “Love’s A Game”, “Undecided”, “Which Way To Happy”, “Runnin’ Out”, “Long Legs” e “Morning Eleven” e “Wheels On Fire”, já no bis. Foram quase duas horas de um bom rock’n’roll. Ao vivo, o Magic Numbers é, sim, melhor do que em disco (o que para muita gente não quer dizer nada). A guitarra de Romeo Stodart tem um timbre mais pesado e sua voz é encorpada. O mesmo se pode dizer da voz de Angela Gannon, que mandou bem em “Undecided”. Só que a dona da festa é ninguém menos que a irmã do vocalista, Michele Stodart, que pega pesado com seu baixo e toca como se estivesse mandando um Motorhead. Imagine essa doida ao vivo com Meg White na bateria…
Claro que uma banda como o Magic Numbers tinha que fazer suas patascadas. Tiveram que mandar um Caê, com a famigerada “Baby”. O pouco público delirou, claro. Um público que é, no mínimo, um bando de idiotas. No bis, a banda perguntou o que eles queriam ouvir. Eis que, com o Magic Numbers no palco, o público se engana redondamente ao pedir a cover sem sal de Beyoncé, “Crazy In Love”. Eu pergunto: por que não pedir uma música do próprio Magic Numbers? Vai entender…
Na balança final, o peso tende para a alegria geral: o Magic Numbers é uma banda “fofinha”, mas de boba não tem nada. Do jeito que eles tocam, é fácil gostar da banda. Foi um showzaço.
Ah, teve a cover do Guns’n’Roses, “Nightrain”. Teve é? Nem precisava.