A segunda edição do Festival São Paulo Em Fúria aconteceu nos dias 15 e 16 de março de 2014, o último final de semana do verão. Final de semana quente, agitado, literalmente pra suar. Aqui, a ideia é celebrar “o barulho e a cultura underground, dessa vez colocando mais a fundo a ideia de mesclar os ritmos e as coisas que fazem parte do submundo da cidade”, de acordo com a apresentação do evento.
Além dos shows de Last Warning (BH), Direct Shot, Kill Moves (BH), Werewolf, AUTO, Tilda Flipers, Puro Osso, de M. Takara, Final Sound, Zero Real Marginal, dos guerrilheiros do Test e do primeiro show do Dead End, houve o Presto? tocando o “a.Q.n.P.”, de 2000, na íntegra; a apresentação dos argentinos do Virgen Assault; e a apresentação da nova formação do Elma, grupo dos mais sagazes do noise brasileiro.
E teve o rol de exposições de artistas independentes: “uma mostra livre, que tem como intuito deixar claro que a participação não está somente na prática de fazer música; a produção de arte, seja ela sem pretensão alguma, é uma peça muito importante dentro de um circuito ‘faça você mesmo'”. Sem contar a banquinha com pra troca de fanzines, gravuras e a oficina de fanzines.
Ingresso? Míseros quinze dinheiros por dia. Uma pechincha. O local ao lado do metrô Marechal Deodoro ajudava no convite.
O espertíssimo Raul Ramone, colaborador bissexto aqui no Floga-se, compareceu e conta como foi a apresentação do Elma com sua nova formação – que chegou até a apresentar uma música nova.
Que venham novas edições.
Texto e fotos: Raul Ramone
A ideia aparentemente simples de encontrar um bom lugar, arranjar equipamentos de som e reunir uma turma disposta a tocar sem grandes cachês deveria ser o motor da cena independente, mas, infelizmente, é algo que raramente acontece. Entretanto, foi com esse espírito do “faça você mesmo” que artes visuais, banquinhas de discos, CDs, zines, camisetas e até fitas cassete invadiram a Associação Cecília no último fim de semana, durante a edição 2014 do Festival São Paulo em Fúria.
Em meio a bandas como Presto?, Direct Shot, Last Warning (BH), e tantas outras, a Elma apresentou sua nova formação, com o baixista Marcos Gerez, substituindo Ricardo Lopes. Pra quem não sabe, Gerez também é integrante do Hurtmold.
Indo na contramão da maioria das outras bandas, que vinham com um som mais punk/hardcore, a Elma fez uma apresentação cadenciada, cheia de peso e noise. Uma surpresa pros desavisados que talvez esperassem letras e vocais nas músicas.
Por se tratar de um evento de pequeno porte, problemas técnicos envolvendo o som foram inevitáveis, mas em momento algum a performance da banda foi prejudicada.
Sobre a nova formação, o que vimos foi um baixista bastante entrosado com os novos companheiros de banda, principalmente se levarmos em conta o curto espaço de tempo entre a mudança de formação e o dia da grande estreia.
No setlist, uma faixa inédita nomeada “Flores” que, segundo o guitarrista Bernardo Pacheco, deve ser lançada ainda esse mês. “Smagma”, “James Bronson”, “A Parte Elétrica”, “Fat Breath” e a tríade de “Vatarno” completaram o set.