Como você já deve ter percebido, se é que alguém lê essa humilde coluna, eu me utilizo de discos que caem no – ou fazem parte do – meu gosto para linkar com outras coisas, tentando ser o mais informativo possível, pra um carente leitor ávido por buscar sons.
Aliás, dicas de som são bem-vindas nos comentário/pitacos, caso alguém tenha pra dar, seria legal tornar isso aqui mais interativo, iria enriquecer bastante, mas não sinta-se obrigado e nem se incomode caso não tenha nada a dizer ou simplesmente não queira interagir, continuarei aqui da mesma forma.
Devo dizer que a falta de tempo me atrapalha um pouco em vários aspectos na “Engrenagem”, inclusive na frequência, e provavelmente se ele – o tempo – me fosse mais amplo, conseguiria me satisfazer mais com este projeto. Enfim, vamos ao que dá pra ser feito, que ao menos é com carinho!
O nome Jim O’rourke deve ser familiar pra alguns. Caso não seja aqui vai a dica:
O cara foi membro do Sonic Youth por um tempo e até hoje participa de alguns projetos com a banda. Fora o Gastr Del Sol e trabalhos solos dos mais variados possíveis, já tocou junto de grandes nomes que muito me agradam, como Keiji Haino e Derek Bailey, dentre muitos outros.
O Fire! é um trio sueco formado por uma galera pesada de boa, que vou apresentar com calma aqui, com direito a videos de seus projetos e bandas.
A começar por Mats Gustafson, saxofonista que além de arrepiar no seu The Thing (vídeo abaixo), também já gravou com membros do Sonic Youth e com o próprio Sonic Youth no ótimo “SYR 8 – Andre Sider Of Sonic Youth“, que também conta com a participação do Merzbow, um discaço que também recomendo.
Johan Berthling no baixo. Membro do relaxante e hipnótico Tape. Dá pra ter uma idéia da magnitude do projeto por essa faixa:
Quem comanda a bateria segura e marcantes é Andreas Werliin, que tem um duo experimental com a esposa, Mariam Wallentin: o ótimo Wildbirds & Peacedrums, que deixo registrado aqui com o clipe da gostosa “There’s no Light”:
Bem, temos todas essas pessoas juntas no mesmo caldeirão. O que eles criaram juntos é uma mistura de free jazz bem roqueiro, com pitadas de psicodelia. O saxofone de Gustafson irrompe de repente, chorando aos berros dentro de pesados loops criados com maestria pela cozinha afiada que já te hipnotiza de antemão, unida ao clima das paredes sonoras tecidas por O’Rourke.
“Unreleased?” é o segundo disco dos suecos, tem apenas quatro músicas (três delas épicas na extensão) e é impressionante do inicio ao fim. Entrou direto pro meu top 2011 em construção.
Ouça “Are You Both Still Unreleased?”:
Um pouco mais
Veja os videos: todas as bandas e projetos dos envolvidos são muito bons, corram atrás de mais material se possível, especialmente do novo do Tapes, “Revelationes”, de 2011 (do qual tentarei falar com mais profundidade num momento oportuno).
1. Are You Both Still Unreleased? (11′ 39″)
2. … Please, I Am Released (9′ 05″)
3. By Whom and Why Am I Previously Released? (3′ 12″)
4. Happy Ending Borrowing Yours (17′ 28″)
Data da lançamento (EUA): 20 maio de 2011
Gravadora: Rune Grammofon
Produtor: não creditado
Tempo total (do CD): 41 minutos e 22 segundos