ENTREVISTA – GIMU: INCOMPREENDIDO, MAS GENIAL

A entrevista com excepcional Gimu que publico agora é a primeira do que espera-se ser uma série feita por Gilberto Custódio Jr., proprietário da Locomotiva Discos, de São Paulo, baixista da Magic Crayon, editor do blogue Lazer Guided Melodies, e agitador cultural. Pra mim, é uma honra publicar essa entrevista – e as outras que possivelmente virão – porque Gilberto não só dá ótimas dicas musicais (vá à loja dele pra ver), como sabe exatamente do que tá falando. Leia abaixo e entenda – e, principalmente, ouça o Gimu, que já faz parte, a partir da indicação, dos preferidos da casa.

ENTREVISTA E TEXTO DE ABERTURA: GILBERTO CUSTÓDIO JR.*

Era 1994, mais ou menos, e por causa do fanzine que editava na época, o Esquizofrenia, recebia diversas cassetes (as famigeradas fitas-demo) de bandas brasileiras independentes pelo correio.

Um dia, chegou a do Primitive Painters, uma banda de Cariacica, cidade da região metropolitana de Vitória, Espírito Santo. Citavam como influências o Felt, Cocteau Twins e Jesus & Mary Chain. Ao colocar a fita cassete pra tocar, a paixão foi instantânea. Tinha somente duas músicas, “Ultrathick” e “Elephant”. A primeira era o grande destaque, toda épica e banhada em microfonia. A segunda era mais normalzinha, com diferencial do peculiar vocalista, que abusava de falsetes e notas agudas.

Entrei em contato com Gilmar Monte, o vocalista, guitarrista e principal compositor. Mandei umas perguntas via carta. Ainda não existia e-mail. A resposta chegou dias depois junto com uma foto da banda. Publiquei uma entrevista no fanzine. Desde então nos comunicamos com frequência.

O Primitive Painters lancou mais uma cassete incrível, com apenas uma música, chamada “I Love Him”, grandiosa demais pra limitação do estúdio da época e portanto incompreendida. A banda acabou logo depois.

O selo carioca Midsummer Madness compilou as três músicas num CD-r lançado anos atrás. Faça o download desse CD-r aqui.

Gilmar abandonou a música por um tempo, mas já nos anos 2000 retorna com o Terrorturbo, que tinha pegada mais eletrônica. A banda lançou dois EPs em CD-r, fez diversos shows (dos quais um eu tive o prazer de marcar no saudoso Atari Club em São Paulo), mas também morreu na praia alguns anos atrás.

Hoje em dia, Gilmar Monte ainda compõe, mas dessa vez sozinho e sob o nome Gimu. O som também é bastante diferente e bem mais experimental que as bandas anteriores. Dessa vez o reconhecimento está sendo bem maior: Gimu já tem doze mil seguidores no Soundcloud e diversos EPs lancados por selos estrangeiros. A seguir você fica sabendo mais sobre como tudo isso aconteceu.

Gilberto Custódio: Antes de mais nada: qual a discografia do Gimu? Tem algo físico e quais são os próximos lançamentos?

Gimu: Tenho alguns físicos sim: “A Prayer For Time”, lançado pelo selo britânico Heat Death (CD-r 3”, 2011); “Pain, Exposed”, lançado por outro selo britânico, Twisted Tree Line (CD-r 3”, 2011); e “Crestfallen”, lançado pelo selo Childrenplay (CD-r, 2011). A grana vai para doação. “Field & Fern; Mountain & Sea”, esse foi feito junto com o Darren Harper e lançado pelo Rural Colours (CD-r 3”, 2011). Na verdade todos são selos britânicos… Um outro, chamado “A Season In Your Soul”, será lançado dentro de algumas semanas, somente em K7, pelo selo americano Sacred Phrases. Tenho trabalhando um bocado! Além desses, tenho alguns self-released que deixo na minha pagina no Bandcamp. Acho que estou trabalhando em uns quatro álbuns diferentes no momento, pra depois decidir sobre selos, essas coisas todas. Ah, sim: tem também um que saiu só virtualmente, pelo selo Audio Gourmet, intitulado “Beluga”. Esse foi o primeiro lançamento.

(N.E.: Depois da entrevista foram lançados virtualmente “No?.?Hypomania.”, em outubro de 2011, e “The Inexplicable Iceberg Blue EP”, em dezembro de 2011)

Ouça “Beluga” na íntegra:

Gilberto: Por que o Terrorturbo chegou ao fim?

Gimu: A Terrorturbo acabou porque o André, guitarrista, foi embora do Espírito Santo e eu não tinha mais forças pra começar tudo de novo. Não conseguia pensar em como tocaria a banda sem André por perto. Sabe Johnny Marr indo embora dos Smiths? Pois é… Ainda tentamos, só eu, Marcelo e Raphael, mas… Nós nunca acabamos. Só deixamos de ensaiar… E cada um foi cuidar da sua vida. André tem lançado coisas bem bonitas como Cellar Door. Passei um tempo pensando em como voltaria a fazer música. Enchi o saco de música pop, indie, essas tranqueiras todas. Achei que era a hora de dedicar meu tempo a outros estilos que sempre amei, mas que sempre “deixei para lá” porque a Terrorturbo era uma banda pop.

Gilberto: Existe possibilidade da banda voltar?

Gimu: Nenhuma possibilidade. Nossas vidas estão bem diferentes hoje em dia. Mas seria uma delícia voltar a tocar com meus queridos amigos na Terrorturbo.

Gilberto: Sobre sua primeira banda, o Primitive Painters, você pretende um dia reunir as canções todas num só lugar ou prefere esquecê-las nas K7s?

Gimu: Depois de “duzentos” anos, fui ouvir a Primitive Painters de novo. Tinha perdido completamente a noção do que éramos. Morri de vergonha e não quero ouvir de novo. Ainda assim estávamos muito a frente do que era feito no Brasil, na época, em se tratando de “pop alternativo”. Acho que éramos ambiciosos, musicalmente falando. A Terrorturbo também sempre foi uma banda muito ambiciosa e isso faz com que você se dedique muito pra criar grandes canções com grandes arranjos etc.

Gilberto: Tem algo inédito do Primitive Painters que nunca foi lançado?

Gimu: Com a Primitive Painters, gravamos só o que os outros ouviram. Quero dizer, não ficou nada guardado pra posteridade. Ainda bem, né? (risos). Infelizmente, algumas das minhas canções favoritas da Terrorturbo nunca foram gravadas. Um pecado. Penso sempre nisso e me dá certa tristeza. Devíamos ter dado mais duro, acho.

Ouça na íntegra “A Season In Your Soul”, de setembro de 2011:

Gilberto: A tua voz sempre foi um elemento de destaque em suas bandas anteriores, mas nesse novo projeto tudo é instrumental. Qual a razão? Pretende fazer algo com vocal no futuro?

Gimu: Tem a ver com o que já falei. Nem foi uma decisão do tipo “não quero cantar nunca mais”. Sempre amei cantar. Continuo cantando. Só não ando fazendo canções com estruturas convencionais. Acho que até cabem uns vocais em certas coisas que faço hoje em dia, mas… Prefiro deixá-las sem voz. Simples assim. Quem sabe um dia… O mais engraçado é que eu parei de cantar exatamente no momento em que gastei uma grana comprando um microfone maravilhoso e outras coisinhas pra gravar voz.

Gilberto: Quais instrumentos você usa para compor?

Gimu: Aí sim foi uma decisão: quando comecei a rascunhar minhas primeiras canções sozinho, jurei que não tocaria mais nenhum instrumento. Queria trabalhar somente com o computador. E é o que tenho feito. Me desdobro pra conseguir os fragmentos sonoros que acabam virando canções. É um grande barato e altamente excitante. Hoje já penso em, qualquer dia desses, usar minha guitarra novamente, fazer algo tocando baixo, que sempre amei. Tudo ao seu tempo.

Gilberto: Outra característica na música do Gimu é a ausência de batidas. Isso é proposital?

Gimu: Ah, batidas complicam tudo. Elas são por demais ditadoras, definem tudo. Não quero batidas. Não quero que um beat tire a atenção de todo o resto. Gosto de pensar que minhas canções são uma massa sonora que vai ganhando contornos diferentes, novas formas, à medida em que o ouvinte é sugado pra dentro delas. Batidas não deixariam isso acontecer.

Gilberto: Você já fez algum remix?

Gimu: Não. E nem gostaria de fazer. Não seria corajoso o bastante pra meter a mão na obra de outra pessoa e correr o risco de destruí-la. Não gosto de remixes. Talvez nunca tenha entendido mesmo qual é essa de remixar coisas. É como reescrever um grande livro, refazer um grande filme, pintar novamente um grande quadro. Sei lá. Por que com música pode? Acho que isso soa extremamente conservador de minha parte e tudo bem se sim.

Gilberto: Acredito que pra compor músicas ambientes é preciso de um ambiente calmo e sossegado. A cidade de Cariacica tem influencia nas composições do Gimu?

Gimu: Eu não moro mais em Cariacica. Moro em Vila Velha, que é do lado. Moro do ladinho do oceano, mas só tentaria soar poético se dissesse que esse cantinho aqui me inspira. Acho que nenhum lugar nunca me influenciou musicalmente. Eu faço a música que tenho na minha mente, a partir de certas idéias. Poderia morar em qualquer canto.

Ouça na íntegra “E.K.”, de maio de 2011:

Gilberto: Sonhos influenciam de alguma forma sua música?

Gimu: Não. Odeio sonhar. Odeio sonhos. Sempre foi assim. Sonhos intensos sempre me deram enxaquecas. Um horror. Já sofri muito por causa dessas enxaquecas causadas por sonhos, mas tudo está melhor hoje em dia.

Gilberto: Perguntei sobre sonhos, pois música como a sua induz aos sonhos. Como se fosse uma trilha-sonora pra sonhos. Você costuma pegar no sono ouvindo música?

Gimu: Não sei qual foi a última vez que coloquei algo pra tocar e dormi. Nas férias em julho, talvez? Mas só porque estava de férias, longe daqui e da minha rotina. Perdi a capacidade de ouvir música sem fones e com fones é tão complicado dormir! Se eu deitar pra ver TV, durmo. Se deitar pra ouvir música, durmo.

Gilberto: Quais músicos similares ao seu trabalho você destacaria?

Gimu: Similares a mim? Imagina a pretensão! (risos) Tem um povo aí que eu amo ouvir… Claro que eles me inspiram. Música que me toca sempre me inspira. Qualquer música. Ouço algo e mil idéias brotam. Posso criar um disco inteiro inspirado por algum outro que ouvi, mas que vai soar outra coisa totalmente diferente. Eu não tenho muito saco pra essa onda de artistas que batem no peito com orgulho porque tocaram em seus discos, sabe? As coisinhas de pianinhos, violinos e sei lá mais o quê. Me dá aflição. Gosto de experimentações com som. Gosto do que soa sujo, antigo, intenso. Canções com “mil” camadas também me dão nos nervos. Quanto mais fantasmagórico, melhor.

Gilberto – Sabe se existe alguém no Brasil fazendo algo similar?

Gimu: Acho que sim, né? Não tenho idéia.

Gilberto: O que você tem a dizer sobre os seguintes artistas: Burial… Morrissey…?

Gimu: Amo o primeiro disco do Burial. Acho-o fascinante e espiritual. Nunca ouvi o segundo com a atenção que ele merece. A correria toda… Grandes discos vão ficando para trás assim. Você colocou o Morrissey aqui só para me sacanear né? (risos) Eu amo Morrissey. Ele tem muita culpa nisso tudo. Sempre pensei que se você é um lascado na vida, sem nenhuma possibilidade ou perspectiva, afundando em depressão, no fim do mundo (e que bom que o fim do mundo fosse Manchester…), querendo que a música salve sua vida, então deve ser muito bom poder um dia olhar pra trás, sendo você “o” Morrissey e pensar “uau, consegui”. Apesar das bobagens todas que vira e mexe ele fala, porque adora criar um caso, né?, tem sido íntegro e fiel à sua arte. Morrissey continua relevante e já passou dos 50. Isso tem que ser algo bom!

Gilberto: Engraçado que na última edição da Billboard nacional, tem uma chamada pra uma entrevista do Morrissey na capa, aí eu fui lá todo empolgado achando que ia encontrar uma entrevista enorme, mas que nada… Só tinha duas páginas e quem entrevistou foi uma brasileira. Mas mesmo assim mereceu a chamada na capa, o que comprova sua relevância. E sobre o Stars Of The Lid?

Gimu: Sabe que tem sempre alguém me perguntando sobre o Stars of the Lid? Ouvi só um disco deles, muitos anos atrás. Lembro que amei. Tenho amigos que amam a banda. E é isso. Você ama Stars Of The Lid, certo?

Gilberto: Eu adoro Stars Of The Lid e segundo o meu perfil no Last.fm, é uma das bandas que mais ouço. Eu, pelo contrário, sempre coloco algum disco pra ouvir a noite antes de dormir e com certeza Stars Of The Lid é uma banda das que mais ouço nesse momento. Gimu também é sempre uma boa pedida. Geralmente escolho música bem sossegada e com andamento lento. Tem dias que consigo ouvir o disco todo prestando muita atenção, mas tem dias que pego no sono logo no meio da primeira música. É correto classificar sua música como drone?

Gimu: classifique-a como preferir. Acho que isso de pôr um rótulo na música é muito mais pra quem ouve do que pra quem faz, né? Amo drone e é sempre um elogio se classificam o que faço como drone. Nem tudo que faço é drone. O que fiz é drone?

Gilberto: O que é drone?

Gimu: O que é drone? Você sabe a resposta! (risos)

Gilberto: Tem a definição do Wikipedia: “Música drone ou drone music é um estilo
musical minimalista, que enfatiza o uso de sons sustentados ou repetidos, notas ou clusters de tons – chamados drones (pedais). É tipicamente caracterizada por longos programas de áudio, com ligeiras variações relativamente harmônicas ao longo de cada parte em relação a outras músicas”. Você concorda?

Gimu: Sim, com o trecho sobre sons sustentados, repetidos.

Ouça na íntegra “Crestfallen”, de julho de 2011:

Gilberto: Numa entrevista com Rodrigo Lariú pro jornal Correio Braziliense, a respeito do selo Midsummer Madness, foi feita a pergunta “Quais lançamentos você considera os cinco mais importantes (e por quê)? Comente um pouco deles, por favor”. Um dos escolhidos foi a K7 do Primitive Painters. Ele disse: “era uma demo estranha, com três músicas no lado A, sendo que uma das músicas tinha quase 15 minutos. Foi a fita que vendeu menos junto com as demos do Aerowillys, mas curiosamente foi esta fita do Primitive Painters a que teve mais resposta. Das sete fitas que vendi, cinco pessoas que as compraram me escreveram de volta dizendo como a banda era boa. Isso meio que criou um padrão de qualidade no selo — qualidade em vez de quantidade de vendas”. Você tem algo a dizer sobre isso?

Gimu: Sobre isso que Lariú disse, só posso comentar com um sorriso na cara, e muito humor, e dizer que quando falo que sou avant-garde (e me mato de rir porque não se levar a sério é essencial), tenho lá minhas razões. Sou o Velvet Underground de Cariacica! (risos) Morando agora em Vila Velha… Na verdade, sempre houve um preço, Gilberto. O fato de pensarmúsica, como eu sempre pensei, e levar a vida como levo, me deixou deslocado em relação a qualquer momento musical que tenha vivido, desde quando aprendi os primeiros acordes numa guitarra de quinta! As coisas aqui no Espírito Santo mudaram muito desde que nos conhecemos, lá na outra vida dos anos 90. Bandas daqui tocam no exterior agora. Rolam uns incentivos e o povo vai pra França, precisa ver que coisa mais fina. Mas… Adivinha… Você deve estar dentro de certos padrões musicais pra que “seja aceito”, ser amigo do amigo do amigo. Existem pessoas queridas, claro, mas eu continuo sendo a coisa mais punk que esse estado já criou. É um fardo delicioso e que me rende – falando de novo nisso – muitas risadas, nenhum reconhecimento e a paz da total falta de obrigações. Eu não quero fazer parte de nada na verdade. Se um dia o Espírito Santo me alcançar, bem, a gente bate palmas para o estado (piscadinha) (risos).

(N.E.: Consultei Rodrigo Lariú pra saber o que ele pensa a respeito e a resposta que obtive foi: “o Gilmar era o nosso Vini Reilly, incompreendido mas genial”.)

No Bandcamp do Gimu dá para ouvir todos os lançamentos. No Soundcloud também dá pra ouvir alguma coisa. Aliás, no Soundcloud, Gimu já tem quase 12.000 seguidores, um número bastante significativo!

Uma música do Gimu também foi lançada na compilação “Sequence1”, que saiu pra celebrar aniversário do Future Sequence, que é um site fabuloso e respeitadíssimo para música experimental e afins.

Gimu no Facebook.
Gimu no Twitter.

*Gilberto Custódio Jr. é proprietário da Locomotiva Discos: Galeria Nova Barão – Rua Barão de Itapetininga, 37, Loja 51 (Rua Alta – Entrada também pela Rua Sete de Abril, 154) – Metrô: Anhangabaú / República – Telefone: 3257-5938.

Leia mais:

Comentários

comentários

11 comentários

  1. obrigado pela força! 🙂
    e… alex… to aqui forçando a cuca pra tentar lembrar qual alex você é, de onde. culpe minha mente de velho senil 😉

  2. ei alex, sabe que eu lembro sim de ter pessoas com quem eu me correspondia do interior de MG? só nao lembro de muitos detalhes. tanto tempo! 🙂 voce tocava em banda, tinha fanzine? qualquer coisa me manda email gimugimu@gmail.com

  3. nao tocava em banda e nem tinha fanzine…

    lembro da gente conversando sobre rock ingles e de qdo eu ouvi verve pela primeira vez no radio aqui. lembro q eu tava empolgado com o disco – se nao me engano era o “a storm in heaven” – mas nao sabia mais informacoes sobre a banda. daí eu te falei sobre e disse nao saber se eles eram “la da ilha” e vc respondeu q sim, q “o verve é inglesissimo” etc : )

    lembro de vc ter perguntado se aqui tinha banda legal eu eu ter respondido q so tinha banda “covergh”… : P

    ah! devo ter te perguntado tb sobre os pedais q vc usava…

  4. que barato, alex. queria poder lembrar de tudo isso. teve um momento nos anos 90 em que eu vivi pro mundo das cartas e esqueci de todo o resto. mas eu tenho esses apagões sobre certos momentos da minha vida. tento, tento e não lembro de nada. me assusto as vezes com algumas coisas que me contam, e tentam me fazer lembrar e nada volta e fico tentando entender onde eu estava mesmo :)vai ver tenho algum disturbio e nem to sabendo hahaha. abraço!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.