ENTREVISTA: NEON NIGHT RIDERS – COMEÇAR DE NOVO

O Neon Night Riders tem todas as virtudes pra conquistar o mundo. Sério. Seu electro-rock, ou coisa que o valha (o som é inclassificável – uma das grandes virtudes da banda), causa admiração em países como Rússia e Japão e mercados insólitos na Europa, com resenhas estupefatas.

Tem tudo pra fazer isso, mas não vai. Pelo menos não agora. Antes disso, precisa (re)conquistar a si própria. Precisa começar de novo.

A banda, formada pela dupla Hugo Estanislau e Bruno Ribeiro (Alcyr Vergetti chegou a tocar em shows e fez linhas de baixo em algumas composições), deu passos importantes, como mudar de sua Alagoas pra São Paulo, a fim de gravar o extraordinário primeiro disco, chamado extra-oficialmente de “The Neon Album”, em 2010, e acabar figurando no cast da Sinewave (o disco foi lançado pela Popfuzz Records). Mas sentiu que precisava repensar algumas coisas e agora quer recomeçar, retomar o rumo, achar novamente aquela pegada que fez a banda ser uma das mais respeitadas na cena independente alagoana e merecer muito mais dos paulistanos – além de ouvir soar aplausos bem além de nossas fronteiras.

A Neon Night Riders quer se apresentar ao vivo, fazer shows, incrementar o network e está disposta a isso. Claro que a vida, paralelamente, segue: ambos têm empregos “normais” e é preciso conciliar os horários do batente com os dos ensaios e dos trampos. A vida em São Paulo não é fácil.

Essa entrevista foi feita numa noite de sábado chuvosa (caía um temporal, pra ser mais correto), no segundo dia de abril. Antes, fomos ao Estúdio Produssom, pra ver e filmar o ensaio da dupla, o que resultou nessa sessão “Em Estúdio”, que o Floga-se publicou dia 13 de abril. Dali, fomos pra residência da dupla, em Pinheiros/Vila Madalena.

O apê não é grande e na sala não há muito, além de um sofá, uma tevê e o indefectível videogame. O mais importante está nos aposentos, na parte íntima da casa. Um deles, o menor, minúsculo, é onde na medida do possível, Hugo e Bruno tentam criar, ensaiar, rabiscar novas composições. Minúsculo mesmo: cabe uma pessoa, duas no aperto, provavelmente nenhuma com os instrumentos e computador. Mas é de lugares mais improváveis que nascem as grandes criações, sei disso. Só não me canso de ficar admirado.

O papo rendeu menos do que eu esperava. Ambos são boa-praça, mas um tanto tímidos – pra falar, é claro, porque a música toma conta dos tímidos e os transforma, é sabido. Porém, isso não quer dizer que não haja assunto ou que a entrevista não seja deliciosa. Há assunto e ela é um tremendo bate-papo. A dupla tocou em pontos delicados, como a saída de Alcyr, os erros próprios, a preguiça; e, claro, em assuntos mais fáceis, como o processo de composição e a gana de começar de novo.

Estamos esperando. Pode (re)começar.

Floga-se: Como surgiu o som do Neon Night Riders?

Hugo: A gente toca juntos desde a época do colégio, na sétima, oitava série, sempre teve banda, sempre tocou com baterista, cantava em português e tal… Aí, perto de 2003 ou 2004, a banda era com um baterista amigo nosso, o Rodrigo. Só que ele saiu, foi se dedicar ao curso dele lá na faculdade, e começou a procura por um baterista.

Bruno: A gente já tinha colocado alguns outros bateristas, sabe? E teve anúncio em jornal… Mas o Rodrigo foi o último.

Hugo: É, o Rodrigo foi o último. Entrava um e logo saía, era assim… Então, por falta de opção veio a bateria eletrônica.

Bruno: Não foi por referência de banda, nem nada disso. Nem ouvíamos música eletrônica.

Hugo: Aí, por necessidade mesmo, procuramos uns programinhas de bateria eletrônica na Internet e surgiu a ideia. Só que eram aquelas músicas (com baixo, guitarra e bateria) e tentamos adaptar, mas não dava certo. Então, colocamos um discman: gravávamos no ensaio, queimávamos o CD e na hora de tocar, dávamos um play.

Bruno: Era loucura. Fazíamos a bateria idêntica à que era feita pelo baterista, com caixa, prato… igualzinho, pra não precisar ninguém pra ensaiar. Servia (na época) porque era mais hobby mesmo. Não tinha show, nem nada.

Hugo: Foi em 2006 que a coisa ficou mais séria. A gente comprou o notebook e começou a usar os programas mais profissionais. Surgiu a primeira música, “Ghost Of Mine”. Quer dizer, já tinha um monte de música, mas não tavam legais, porque a gente cantava em português, não encaixavam as letras… Era só colocar a voz que dava pra perceber que a gravação não ficava legal. Daí que rolou: “vamos cantar em inglês”. Veio “Ghost Of Mine”.

Bruno: Aí viu que funcionava. Veio “See The Sky” e a gravação ficou muito boa. A gente mandou pros amigos, pro pessoal da Popfuzz. Eles gostaram. Passamos 2006 só ensaiando e em 2007 já tocamos num show ou outro, inclusive no Maionese (na terceira edição do festival). Mas não era Neon ainda e tocávamos uns coveres, tipo “Words”, do Doves… Quer dizer, umas coveres que tinha ainda a vibe de baterista, de fazer a gravação em CD igualzinho ao que o baterista faria. Foi horrível! (risos).

Hugo: Foi o que impulsionou a banda a procurar na bateria coisas que um baterista não faria. A gente viu que dava pra fazer.

Floga-se: E como veio o nome?

Bruno: Ah, o nome é do jogo, cara, do Tartarugas Ninjas…. Da fase (sorri meio sem jeito)… Os nomes das fases desse jogo são muito bons (risos e Hugo imita a fala no começo da fase, num agudo de desenho animado: “Neoon Night Raaaiiderss”).

Floga-se: Como é esse história do Alcyr? A banda era um trio?

Hugo: A banda sempre foi eu na guitarra e o Bruno no baixo. Era dar o play e tocar. Mas não tava legal ainda. A gente começou a pesquisar sintetizador e procurar alguém pra tocar baixo. Várias ideias surgiram.

Bruno: A gente começou a escutar bandas que tinham um formato parecido e chegou à conclusão que era melhor eu ficar no controlador e chamar alguém pra ficar no baixo. Foi quando apareceu o Alcyr, que viu um show nosso e se ofereceu pra produzir a banda. Daí, veio o convite pra ele tocar.

Hugo: Ele tocava baixo em várias bandas. A ideia era fazer uma experiência e ele ficou praticamente o ano inteiro de 2008 na banda.

Bruno: O Alcyr auxiliou na gravação do segundo EP, com duas linhas de baixo, pra “New Yor Is Calling” e “Escape”. Foram compostas por ele e elas foram sintetizadas. Ele não chegou a gravar.

Hugo: Até porque o som eletrônico não dava pra reproduzir muito bem no baixo, num instrumento orgânico. Aí, fica aquele negócio: o baixista vai ter que tocar só porque tá na banda…

Bruno: E a proposta da coisa era ser sintetizado o som mesmo, era ser eletrônico.

Floga-se: Então, o Alcyr saiu ou “foi saído”?

Bruno: Foi saído. Não foi muito numa boa.

Hugo: Ele não acompanhou a banda… Tinha coisas que a gente queria fazer e um baixo (não ele especificamente, mas pelo o que já foi explicado) acabou sendo um empecilho. Então, não foi fácil falar pra ele. Foi complicado…

Bruno: E tinha muita coisa que a banda devia a ele também. O Alcyr é um cara que sempre foi de ter muitos contatos e tal. Ele sabia fazer isso. E esse é um defeito absurdo da gente, de chegar mostrar a cara e pedir pra tocar. A gente não faz muito isso. Ele fazia. Mas não era um “amigo” dentro da banda, era um profissional que toca muito bem, que gostava de estar aqui, só que a gente leva além disso, sabe? A banda sempre foi o que a gente colocou acima de tudo, acima de qualquer profissionalismo, é o que a gente gosta mesmo de fazer.

Hugo: Essa decisão (da saída de Alcyr) incomodou muito a gente, que até se perguntou se agora fodeu, se vai dar merda… Os amigos dele, que iam aos shows, pararam de ir por causa disso. Banda pequena… Faz diferença. Mas outros shows vieram e as respostas sempre foram boas. Então, acho que foi uma decisão acertada.

Floga-se: Como foi a decisão de vir pra São Paulo?

Hugo: Foi em 2008, depois que o Alcyr saiu. A gente recebeu um e-mail da Piraquara Records, uma produtora e gravadora de Santo André: “queria que vocês enviassem um material físico, um CD gravado, pra ser avaliado e ver se a gente faz uma produção”. O material foi enviado e logo no começo de 2009, a gravadora mandou uma resposta, falando que conseguiu uma verba, que os custos ia dar um valor “x” e desse “x” ela ia bancar 80%. O resto era com a banda: passagem, estadia…

Bruno: Mas não ficou legal. Tinha pouco tempo, um monte de coisa que a gente queria fazer, e acabou rolando uma frustração por não ter conseguido fazer um monte dessas coisas. Tipo detalhes das músicas…

Hugo: As maiores dúvidas com relação à mixagem, gravação, essas coisas, a gente achou que poderia tirar com um produtor e não deu: como a guitarra fica com esse som num CD e a a nossa não? E o cara não conseguia fazer. Por exemplo o lance da espacialidade da guitarra. Se você ouvir o CD, verá que ela fica dos lados, ela não fica no meio. O cara não conseguiu fazer isso. Então, no fim das contas, no estúdio (lá de Santo André), a gente só fez captar voz e guitarra.

Bruno: Acabou ficando bem parecido com o trabalho de captação que a gente havia feito em casa.

Hugo: O disco, no fim, foi mixado e masterizado em casa… Mas não viemos só por isso. Eu ia terminar meu mestrado e queria vir pra cá por conta do trabalho, porque o mercado aqui na área de Tecnologia é muito bom. E quando o Bruno veio também, a gente começou a pensar que dava pra tocar a banda aqui. Lá em Maceió, a gente chegou num ponto que talvez não desse pra crescer mais. Aqui, era uma chance de evoluir.

Floga-se: Vocês chegaram a dizer que a cena de Maceió era muito ruim. Mudou de lá pra cá?

Bruno: Ah, hoje tá muito mais organizado em Maceió. Aqui em São Paulo… Até agora a gente não entendeu como funciona essa “cena” em São Paulo. Tem muita coisa, muita informação ao mesmo tempo. A gente conhece poucas pessoas aqui. É mais fácil numa cidade pequena. Lá, a galera da Popfuzz tá realmente organizada e fazendo as coisas acontecer.

Hugo: Dá pra notar que em São Paulo tem espaço pra tudo, tem público pra diversos estilos. Lá em Maceió a cena praticamente foi criada pelo pessoal da Popfuzz, não tinha espaço e os espaços foram criados. Coincidentemente, depois que a gente saiu de lá, a cena começou a crescer bem mais e ficar mais estruturada. Mas é graças à Popfuzz, em parceria com o pessoal do Fora do Eixo, que leva umas bandas legais pra lá. Agora, aqui em São paulo há muita banda boa, todo mundo vem pra cá e é bem mais complicado se destacar do que numa cidade menor. A gente tá retomando, fazendo um planejamento, pra tentar começar a caminhar por aqui.

Floga-se: Como vocês fazem ou farão pra se promover?

Hugo: Bom, basicamente pela Internet.

Bruno: No momento, tá bem parado mesmo.

Hugo: Ultimamente, teve o Elson (Barbosa, da Sinewave), que ouviu o disco pela Internet e pediu pra lançar, mas não foi uma coisa que a gente foi atrás dele. A Neon fez um show com a Herod (Layne, banda em que Elson toca baixo), em São Paulo, e ele pediu pra lançar… Foi nosso melhor momento aqui. Fez com que muita gente em São Paulo e até do mundo ouvisse a Neon. Isso foi em 2010. Agora, a gente tem uns contatos, um release bacana, um CD legal, pra recomeçar.

Bruno: Porque… O que aconteceu? Esse ano (2009 e 2010) que a gente passou aqui foi mesmo pra se estabelecer, teve o trabalho, problema de família (a mãe estava doente), então foi um ano que a banda morreu, mesmo com o lançamento do CD. Na verdade, depois de tudo isso, a gente lançou o CD por obrigação, por questão de honra (ri), porque tudo o que aconteceu poderia ter feito a banda terminar.

Floga-se: O público fala com vocês na Internet?

Hugo: Tem uma resposta boa na Last.FM e no MySpace – ainda. É coisa tipo “adorei a banda” ou até em outra língua, como em japonês, que a gente não entende nada (risos). O que surpreendeu mesmo foi a quantidade de blogues que saiu resenha nossa, “nego” que colocou o CD lá pra download e nem entrou em contato com a Neon. A gente quer mesmo é que faça isso. Essa é a resposta, mas a gente não tem ideia da dimensão da Neon, do número de donwloads, porque tá bem disseminado por aí.

Floga-se: Vocês não se importam com o que fazem com a música de vocês: como baixam, como dissemina… Não há essa preocupação?

Bruno: Não. Somos tranquilos com relação a isso. Desde que colocamos os EPs pra download, é tranquilo. Tá lá, pode pegar.

Floga-se: Dá pra viver de música hoje? Quer dizer, fazendo esse tipo de música alternativa que vocês fazem? Vocês acham que têm mercado lá fora?

Hugo: A gente gosta do som que a gente faz, acredita na música que a gente faz, mas pra viver disso, não sei. Seria uma surpresa. Quando chamam a banda pra shows, parece que tão fazendo um favor: “ah, já estamos deixando vocês tocarem, ainda querem receber?”. Não há muita organização, os shows são fechados com pouca antecedência e não existe divulgação correta.

Bruno: Talvez o que falte pra Neon seja a banda conseguir se auto gerenciar. Mas não é uma habilidade nossa. Ou talvez falte paciência, até pra postar no Facebook e no Twitter.

Hugo: O que a gente quer é marcar shows. Uma banda que não toca.. É só um hobby. Eu gostaria muito de ter mercado lá fora, mas não tenho ideia de como seria. Tem muito cara de fora que escuta a banda. Lá na Inglaterra o cara pode ouvir um monte de coisa e vai ouvir uma banda no Brasil. No Japão a mesma coisa. Eu acho que dá pra tocar lá fora, mas precisa ter oportunidade, não sei.

Floga-se: Como vocês acreditam que vai ser o futuro da banda?

Bruno: É o que o Hugo falou: começar de novo, se planejar pra tocar muito esse ano.

Hugo: É colocar no papel mesmo: o que a gente quer, o que a gente vai fazer, o que a gente precisa… Com quem falar, pra quem mandar material… É planejamento mesmo. Ou seja, o futuro é fazer a coisa o mais profissional possível, nem que se tenha que fazer tudo, de grava a gerenciar a promoção.

Floga-se: A Neon Night Riders já foi chamada de synth-pop, electro-rock… Não sei se rótulo é bom ou não ou se a banda acredita neles. Se acredita, como definir a Neon?

Bruno: (pensativo… bem pensativo) Não sei…

Hugo: É difícil. Acho que é rock com enetrônico, um electro-rock. Mas tem aquele vocal suave, com guitarras (distorcidas), pode ser um shoegazeSynth-pop mesmo, nem sabia o que era… Synth-pop, indie-pop, o que for, tanto faz (risos). O rótulo ajuda o público, a posicionar as bandas para o público. É o caso da Sinewave, por exemplo. O selo é posicionado como post-rock e shoegaze, então quem ouve lá já sabe o que vai encontrar. Ajuda, então, na estratégia de divulgação.

Floga-se: Vocês são de ficar procurando bandas novas?

Bruno: Eu sou, mas ultimamente tenho ouvido muita coisa que eu já escutava antes., tipo Album Leaf, Ride, o Chapterhouse…

Hugo: Arcade Fire… tenho ouvido bastante. O Idiot Pilot também, que é mais eletrônico… Só que é mais agressivo. Acho que em nível de comparação, pode ser o mais próximo do que a gente faz.

Bruno: O Idiot Pilot é um bom exemplo de influência nossa, mas não tanto pela música, e sim por ter um guitarrista e um cara no sintetizador e no vocal. A gente gosta muito do M83 também. Não parece muito com nosso som, mas… (risos).

Floga-se: Como vocês criam as músicas? É no orgânico?

Bruno: Na maioria das vezes, é mexendo no programa e algo do tipo. Se eu acho alguma coisa interessante, já mostro pro Hugo. Talvez tenha alguma coisa de guitarra que eu jogo por cima.

Hugo: Em geral, é por ideia musical. Vai trocando ideias. “Pode ficar legal uma guitarra aqui, uma bateria assim…”, é desse jeito que vai construindo em cima. A voz é só na melodia. Depois a gente encaixa a letra. Nós dois escrevemos as letras.

Floga-se: Dá pra reproduzir com fidelidade o que se escuta em disco? Qual o segredo?

Hugo: Basicamente, o cérebro é o laptop, de onde saem a bateria, o próprio sintetizador… Na verdade, é um conjunto de softwares: tem um que lança o áudio, tem outro que faz os sintetizadores; e tudo é ligado numa série de hardwares, como placa de som, mesa de som, o que nos dá a liberdade de regular o volume da bateria e dos efeitos, facilitando bastante o trabalho. Pesquisamos muito pra chegar nisso.

Floga-se: Quanto vocês já investiram nisso?

Hugo: De grana… (pensativo), não sei direito. Uns quinze mil, não dá pra afirmar.

Floga-se: O que vale mais, o espólio de equipamento ou o criativo?

Hugo: Os dois (risos). Mas sem o equipamento a gente não pode criar, né? Sempre dá pra criar coisas novas, mas é preciso material pra isso.

Aqui estão mais dois vídeos da sessão que a Neon Night Riders fez exclusivamente pro Floga-se.  Primeiro, “Blank Screen”:

E aqui, “Autoblow”:

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Comentários

comentários

5 comentários

  1. Muito massa a entrevista! Lembro quando escutei pela primeira vez Ghost of mine na casa do Marcos/Emílio -ó oq o coka e o hugo gravaram em casa. – Caralho vei, isso tá massa..heheheh
    Agora esses bixo são foda, nunca me deram o crédito por eu ter dado a letra de black screen..hehehe, e to ligado q o marcos botou dedo em alguma das letras tbm..hehehe Mas minha preferida ainda é Modern Thoughts.. Ei, tem musica nova pro Maionese desse ano? =* Lindos.

  2. Show a entrevista!
    Tocou em pontos bem legais, é massa pra outras bandas lerem e saber que é possível fazer esse tipo de som, ensaiando em casa, esquema DIY total. Admiro muito a Neon e pra mim o Neon Album é um dos melhores discos indie nacionais.

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