A própria banda, através do seu Twitter (@EternalSummers), nessa quarta-feira, dia 8 de dezembro de 2010, disse: “We want a booking agent to get us to Brazil and Argentina! Pleaaaase!!!”.
O pedido, infelizmente, pouco repercutiu. Autora de um dos melhores discos do ano (“Silver”, clique aqui) e de uma das melhores músicas, “Pogo”, a dupla ainda engatinha no cenário mundial, o que dizer, então, aqui do Brasil?
O show do Eternal Summers seria fundamental para diversificar a cena brasileira. Há lugares para espetáculos grandiosos como o do Paul McCartney, o do U2 e da Amy Winehouse; para bandas médias, que enchem uma casa de espetáculos para três mil, quatro mil pessoas (como o Vampire Weekend, o Belle & Sebastian); mas também deveria haver espaço para bandas como essa, em começo de carreira, cheia de gás e com um produto espetacular recém saído da prensa. Bandas para 500 pessoas no máximo.
De acordo com a esclarecedora entrevista de André Barcinski com Alex Yousself, dono do Studio SP e do Comitê, sobre o fechamento do Comitê, a competição é a grande vilã para se manter uma casa que possa abrigar espetáculos menores: shows hollywoodianos e festivais megalomaníacos, aliados a um público sem grana e ainda não formado, além de práticas de mercado pouco felizes, impedem o estabelecimento de um calendário plural.
É preciso formar o público. E é preciso montar um calendário que dê opções. Quando o Mudhoney, o Iron Maiden ou sei lá mais quem vem diversas vezes ao Brasil, estamos diante do ideal: a raridade aumenta o valor (“melhor ver agora, não sei quando a banda volta”), enquanto a constância diminui o preço, acaba com o fator “novidade” e oferece ao público a possibilidade de escolher ver tal banda hoje, ano que vem ou quando lhe for oportuno, porque sabe que ela estará de volta, em detrimento da escolha de outra preferência num calendário recheado.
Mas isso não acontece. Ao contrário, há quem reclame das tantas vezes que o Mudhoney vem por cá. É incompreensível.
Apresentações bissextas como do High Places, do Dinosaur Jr., do Raveonettes, do Fuck Buttons, do Bomba Estéreo, do Telepathe etc. ajudam a formar o leque, mas justamente por serem bissextas se tornam obrigatórias, o que gera uma série de incovenientes ao público (filas, correria, ingressos supervalorizados e afins, inconvenientes que existem em qualquer mercado grande, como Europa e Esteites, mas que aqui acontecem por motivos diferentes).
É preciso estabelecer uma agenda de shows menores, da envergadura mínima de um Eternal Summers, e torná-la frenquente. É preciso que os produtores e o público dessa faixa de mercado fiquem mais atentos: essas bandas custam menos dinheiro, fazem menos exigências e estão dispostas a tocar, tocar e tocar, e m qualquer lugar – e encaram isso como diversão.
É por essas que eu repito e clamo aos produtores e agitadores culturais antenados: atendam o pedido do Eternal Summers!
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[…] com o grande entusiasmo e polêmica da semana: o Eternal Summers pedindo pra vir tocar no Brasil. Ninguém, até agora, que eu saiba, se prontificou. Isso é de irritar. Olha o que estamos […]
[…] O Eternal Summers é assim, simples e direto. E ainda quer vir tocar no Brasil – alguém atenda esse pedido! […]