Foi mais uma vez bonito. Foi mais uma vez intenso. Foi mais uma vez uma sucessão de esporros. Mas foi melhor do que o primeiro dia. Quem foi no primeiro dia e não no segundo, porém, não precisa se lamentar. A diferença entre as duas apresentações está no set: enquanto no primeiro dia, a banda optou por voar no peito da audiência com as duas pernas (e todas as guitarras); no segundo, a escolha foi mais inteligente, fazendo um paralelo com a própria música da banda, que começa calma e vai crescendo até o clímax.
O Explosions In The Sky parecia mais cansado (ou chapado) e começou com “First Breath After Coma” e “Catastrophe And The Cure”, que tem lá suas explosões, mas é basicamente um delírio macio aos ouvidos. É na segunda metade do show que os esporros se fazem mais frequentes, até o ápice com a exuberante “The Only Moment We Were Alone”, com todas as guitarras e gestuais possíveis.
No mais, é um espetáculo que marcou tanto quanto o do dia anterior. Quem nunca havia visto a banda ao vivo, ficou de queixo caído, ou estupefato com a forma como a banda envolve a plateia – e nesse caso, com um set disposto de forma mais redonda, esse forma se acentou ainda mais.
De resto, tudo igual. A banda subiu ao palco exatamente às nove e meia, como manda a cartilha de respeito do SESC, pra uma hora e meia depois, cravado, deixar todo mundo atônito. A plateia, dessa vez, estava menos silenciosa do que na noite anterior, com conversas paralelas e menos gente “interessada”. Por outro lado, a participação dos fãs pareceu mais efetiva: até palmas foram puxadas pra marcar algumas canções, o que visivelmente alegrou o guitarrista Munaf Rayani, o porta-voz da banda cujas vozes são suas cordas e sinfonias barulhentas.
O destaque ficou com “Let Me Back In”, que dessa vez não sofreu com problemas técnicos e se mostrou mais épica do que em disco, até porque ao vivo, em cima do palco, é assim que o Explosions In The Sky é: melhor do que em disco, uma experiência sonora fulminante, de longo residual.
No total, nos dois dias, mil pessoas viveram essa experiência. Mil pessoas flutuaram nos sonhos dos texanos, convidados em bom português no início de cada apresentação por Rayani, e saíram abalados pela fúria, pela suavidade e por todas as nuances entre uma e outra.
O Explosions In The Sky realizou a ideia de céu dos nossos sonhos.
01. First Breath After Coma
02. Catastrophe And The Cure
03. Memorial
04. Postcard From 1952
05. The Birth And Death Of The Day
06. Your Hand In Mine
07. Greet Death
08. Let Me Back In
09. The Only Moment We Were Alone
Veja a banda tocando “First Breath After Coma”:
Sou suspeito para falar, para mim todas as músicas foram destaque, sem tirar o mérito de Let me back in e Your hand in mine, ouvindo os comentários durante e depois do show, a música que fez o céu explodir em 23 de maio de 2013 foi Memorial. Uma linha de frente de guitarras sendo golpeadas com o coração.
[…] (veja como foi o show do segundo dia) […]
tbm fui surpreendido com Memorial, com certeza um dos momentos mais fodas de todos os shows já realizados esse ano