FRAGOR – DE OLHOS FECHADOS EP

FRAGOR
substantivo masculino
1 barulho similar ao de objeto que se quebra
2 ruído estrondoso; estampido, estrépito, estrondo

Esse é o nome da banda formada em 2009, em Parauapebas, interior do Pará, por Wilson Alencar (vocal e guitarra), Thiago Flor (guitarra), Elton Camargo (baixo), Diego Flor (Bateria) e Werlen Carvalho (sintetizador), que abraçou o pós-punk com fervor e se posiciona como um genérico muito bem feito (até mesmo impressionante) do Interpol e de grupos brasileiros dos anos oitenta, como Picassos Falsos e afins, um “barulho similar ao do objeto que se quebra”.

Wilson diz que o nome veio em comunhão ao significado do som da banda e precisava começar com “f” (“não me pergunte o porquê”, diz, rindo): “pesquisei bastante até descobrir essa palavra, que quer dizer algo que quebre o silencio, tipo um copo caindo no chão de uma sala vazia”.

Numa cidade quase nenhuma atividade musical dessa vertente, faz todo sentido como quebra de um silêncio que deve ser incômodo pra quem gosta desse tipo de sonoridade.

A banda lançou apenas um EP no seu curto tempo de vida: “De Olhos Fechados”, com cinco músicas. Um tempo bem curto. O disco foi lançado em 8 de abril de 2013 e em 2014 o quinteto parou suas atividades. Pelo menos até agora, quando os cinco voltaram a fazer shows e pensam em colocar na praça um novo disco.

“Demos um tempo… primeiramente, devido à enorme dificuldade de se manter uma banda nesse estilo aqui em nossa cidade, e também pela fase que cada integrante estava vivendo: tipo, trabalho, esposas, etc. A Fragor era tipo o sonho adolescente de cada um de nós e com as diversas dificuldades, a galera desanimou”, diz Wilson, que também faz parte de outra boa banda, a Céus De Abril, que já se tornou uma das preferidas aqui da casa, mas calcada no shoegaze (conheça aqui).

Sobre a sonoridade muito próxima ao Interpol, Wilson admite a influência e amplia: “com certeza fomos muito influenciados por Interpol, mas também tentamos tirar um algumas pitadas do post-punk dos anos 80. Na verdade, no começo não sabíamos muito bem pra que lado seguir com a sonoridade, depois de uns dois anos só fazendo shows é que fomos começar a pensar em gravar mesmo”.

“De Olhos Fechados” não chegou a ter um lançamento “apropriado”, de modo que pouca gente ouviu mesmo. “Só subimos as músicas pro Soundcloud e deixamos rolar. Mas algumas pessoas importantes ainda acabaram ouvindo, tipo o Marcelo Damaso, produtor do (festival de Belém) Se Rasgum”.

“Antes e depois do EP ainda fizemos alguns shows fora, como no festival Agosto de Rock, em Miracema do Norte-TO, por duas vezes, além de Marabá-PA, do próprio Se Rasgum em Belém, e vários shows aqui na cidade”, conta.

A Fragor se reuniu novamente em abril de 2016 pra um show no festival Lab Rock, em Parauapebas. Foi um intervalo de dois anos. Mas nesse período, o quinteto já resgatou ou criou composições suficientes pra gravar mais um EP, ou até mesmo um disco cheio: “estamos nos organizando pra começar com as gravações, pois hoje as coisas estão bem mais fáceis. Acredito que no segundo semestre desse ano já vamos mostrar alguma coisa nova”.

1. De Olhos Fechados
2. Esfinge
3. A Farsa
4. Arma Descarregada
5. Estarei Lá

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