Dia 14 de agosto de 2010, São Paulo, capital. Frio, muito frio (10 graus no máximo). A choperia do SESC Pompeia é um dos melhores lugares da cidade para shows, mas o tempo não ajudou. Talvez por isso não havia lotação completa. Quem já foi com a cabeça feita não se arrependeu. Viagem total. Três duplas (Roll The Dice, da Suécia; +Noia, do Canadá; e o Fuck Buttons, da Inglaterra; nessa ordem) transformaram a choperia numa célula de experiências sonoras. Experiências nem sempre agradáveis.
O +Noia, por exemplo, com aqueles barulhinhos irritantes tirados de videogames oitentistas (como o Atari), é muito chato. Irritante. Porém empolgou mais do que o “climático” Roll The Dice, que mais parecia querer ambientar pras duplas posteriores. Tocou três músicas intermináveis – e legais -, ideais para quem tava nas longas e demoradas filas pra compra cerveja.
Mas as poucas pessoas que foram ao SESC Pompeia queriam ver mesmo era Andrew Hung e Benjamin John Power, do Fuck Buttons, banda inglesa de Bristol, em atividade desde 2004. De acordo com o release oficial, a música do FB “situa-se em algum lugar no cruzamento da eletrónica, do noise e do drone (estilo musical minimalista que se caracteriza pelo uso repetido das mesmas notas ou clusters musicais)”.
Sei lá o que isso quis dizer. E também não entendi o que quis dizer o show. Músicas de seis, sete, nove minutos, sem vocal, emendadas umas nas outras, nem dançantes, nem contemplativas. Pouca gente conhecia e sabia do que se tratava. Quem tinhas umas na cabeça cravou: foi um ótimo show. Foi. Entretanto – e talvez – esquecível.
Esse vídeo editado (porque tem que ser editado), de “Olympians”, resume tudo:
De acordo.