Gimu vem desenvolvendo suas paisagens sonoras há um bom tempo, em discos belíssimos. Vez por outra, desvia um pouco o curso, como no eletrônico “Countryside Summer Nightmares”, e como aqui, em “It Didn’t Either”, seu quarto disco de 2015, o segundo sozinho.
O trabalho chega um mês depois de “Tired Lifeless All In” (ouça aqui na íntegra), e tem, além das citadas e recorrentes paisagens sonoras, experimentos curiosos com ruídos, como em “Prey” e, principalmente, na empolgante “JM”, de aparente improviso jazzístico livre, algo pouco visto em sua obra. Já “Tape” tem uma batida recuada e insistente que até funcionaria, veja você, numa pista de dança.
Uma curiosidade sobre o Gimu é que ele usa seu Bandcamp também como um diário, onde escreve suas impressões e análises sobre a obra publicada. Sobre “It Didn’t Either”, escreveu: “esse é provavelmente um álbum terrível. Mandei pra alguns selos e não tive respostas. Quando não se recebe respostas dos selos, é porque eles provavelmente pensam que a sua música realmente é uma porcaria. Ou… Não mandei o disco pra um selo que poderia amá-lo por ser um disco magnífico. Em qual alternativa eu devo acreditar?”.
Gimu é um projeto que não para de nos surpreender. É difícil acompanhar o ritmo da produção, mas vale a tentativa.
Ouça na íntegra:
01. Alien
02. Even The Moon Wept
03. Faint
04. The Kill
05. Prey
06. JM
07. Tape
08. Pit
09. Tribe
10. Song In You In Me Song
11. Quinta
