Pocket show num lugar como a Livraria Cultura é igual a uma roleta para a banda: ela pode esperar qualquer resultado da plateia, porque na plateia pode aparecer qualquer pessoa, não necessariamente apenas familiares, amigos e fãs. Havia no pequeno auditório de tudo, inclusive senhoras e gaiatos que entravam porque a porta estava aberta (e era um show gratuito) e se assustavam com a barulheira.
Se a banda pudesse ver a fuça de quem desistia de ouvi-los após meia dúzia de acordes, provavelmente se sentiria orgulhosa de seu trabalho. A negação de alguns tipos é um tremendo elogio.
Sim, porque o Herod Layne faz barulho, mas não aquela música de adolescente pseudo-revoltado, de protesto vazio, ou qualquer som de fácil assimilação que se tem por aí às pencas. É preciso atenção e é preciso aceitar o desconforto repentino, numa enxurrada de microfonia ou ruídos outros.
Há acenos demorados de Velvet Underground (porque é inevitável), mas há picos de barulheira ensurdecedora que, acredite ou não, assusta pouco até aos ouvidos “não treinados”. É que quem se predispôs a entender o Herod Layne não irá se arrepender, e estranhará até se tais picos forem limados. Quem procurar ouvir o Herod Layne com a atenção que a plateia desse show ouviu terá em alta nota uma música que se pode chamar de arte-rock, sem pretensão e sem o nariz empinado ou o peito estufado que afastam uns tantos desavisados.
Sachalf (guitarra), Elson (baixo e guitarra), Lippaus (guitarra) e Johnny (bateria) aparentemente fazem o único tipo de música que sua bagagem sonora e de apreciação os levaria a fazer. Isso fica claro no entrosamento e na vontade com que tocam. E isso cativa a plateia.
Nem mesmo o problema técnico (um transformador estourado) no meio de “300-Megaton Lullaby” tirou o público da hipnose – mereceu aplausos a levada-brincadeira de Johnny na bateria. A música é séria, mas ninguém precisa ser sisudo, certo?
O resultado foi ótimo, um maravilhoso início de noite de sábado.
O show tinha “motivo”: lançar o vídeo oficial de “The Unsung Hero”, que passava no telão atrás do palco (em breve, aqui no Floga-se), e vender o segundo disco (há mais dois EPs na discografia e todos podem ser baixados de graça aqui), “Absentia”.
Pra maioria do público, o motivo era outro: ouvir boa música.
Objetivos alcançados.
Setlist:
1. The Unsung Hero
2. Il Mafioso
3. 300-Megaton Lullaby
4. Walking The Valley / Apprivoisé
Veja a banda tocando “Il Mafioso”, num vídeo exclusivo:
[…] Aqui tem a resenha completa. […]
[…] vídeo foi lançado com esse show na Livraria Cultura do Shopping Bourbon Pompéia, em São Paulo. […]
[…] (detalhes) ..:: dia 12: Herod Layne – Livraria Cultura (Shopping Bourbon), São Paulo/SP (veja como foi) […]
[…] na Livraria Cultura do Shopping Bourbon, horas antes do pocket-show da banda há algumas semanas (leia aqui a resenha do Floga-se). Rendeu diversos assuntos – história da banda e do selo, a derrocada do Myspace, festivais […]
[…] (detalhes) ..:: dia 12: Herod Layne – Livraria Cultura (Shopping Bourbon), São Paulo/SP (veja como foi) ..:: dia 15: Herod Layne Cedo & Sentado – Studio SP, São Paulo/SP ..:: dia 24: Datarock […]