Virou uma regra legal: no primeiro dia do ano, os paulistas da Hierofante Púrpura lançam um registro novo. Sem alarde, sem badalação, sem oba-oba, quebrando uma regra meio velada de lançar pensando em listas de fim de ano. Quem lança em janeiro, fatalmente acaba em desvantagem, pela distância do tempo (agravado pelos dias frenéticos atuais) e pela memória curta vigente. Mas quem se importa?
Não a Hierofante. Porque o que importa, de fato, é o conteúdo. É o conteúdo que fica pra história, não a posição nessa ou naquela lista.
Assim, eis que dia 1º de janeiro de 2015, surge o EP “Boas Bestas”, com apenas quatro músicas – bem mais econômico o registro de um ano atrás, “A Sutil Arte De Esculhambar Música Alheia”.
Mas se o disco do ano anterior tinha como um dos poucos pecados o exagero, “Boas Bestas” está longe de sofrer disso. E acrescenta um ácido a mais. Ou muitos ácidos a mais. A banda está mais psicodélica, beirando a insanidade lisérgica sessentista, de modo que é altamente recomendado tentar acompanhar as letras.
Musicalmente, “Judiação” é uma daquelas belas canções assobiáveis irresistíveis. Ela soa moderna e reverencial ao mesmo tempo.
É um exemplo de que a Hierofante não tenta inventar a roda. Vai lá, embaralha a cabeça criativa, joga todas as referências piscodélicas na tampa e solta o gravador – no caso, do indefectível estúdio Mestre Felino, em Mogi das Cruzes, onde o disco foi gravado, entre os dias 26 e 27 de dezembro de 2014.
Danilo Sevali, vocalista, produziu e gravou a loucura toda. Helena Duarte masterizou e mixou.
Você pode baixar e ouvir o disco na íntegra aqui – faça isso, afinal não há data pra se esbaldar com a Hierofante Púrpura:
1. Imoralidades Estrambólicas (clique aqui pra ver o vídeo)
2. Cê, Insustentável
3. Judiação
4. Lânguida Luz (clique aqui pra ver o vídeo)