HOOKWORMS – PEARL MYSTIC

HOOKWORMS traduzido diretamente pro português popular quer dizer “Amarelão”, não o sujeito medroso, obviamente, mas a doença causada pelo parasita nojento chamado Necator americanus, ou Matador. O verme tem suas extremidades anteriores em forma de gancho, com a boca armada com placas ou espinhos duros e bastante resistentes (se tiver estômago e quiser conhecê-lo, é só clicar aqui).

A banda surgiu em 2011, em Leeds, Inglaterra, formada por MB (baixo), EG (bateria), MJ (vocais e órgão), SS (guitarra) e JW (guitarra). Sim, só iniciais.

JW conta como foi o surgimento da banda, em entrevista ano passado: “eu e MB nos conhecemos desde que tínhamos quatro anos, morávamos na mesma rua em Halifax e jogávamos futebol o tempo todo. MB se mudou pra Leeds, e começou uma banda com MJ (um gordinho com cara de nerd) e SS, que viviam por lá e tocavam juntos por anos. Eu e EG tocamos juntos na época da escola, e nos mudamos depois pra Leeds pra chamar MB pra tocar com a gente numa banda que soasse como o Reigning Sound. MB trouxe MJ e SS e assim o Hookworms começou”.

Sobre o nome, na mesma entrevista, JW disse: “tenho certeza que MB descobriu o nome num dia que via um programa na TV, enquanto matava aula. Depois de aprender sobre amarelão achamos que se encaixava na música perfeitamente, na época a gente fazia música repetitiva, mas era mais agressiva e um nome horrível seria perfeito, como Pissed Jeans, Purling Hiss, Suicide etc”.

Apesar do nome horroroso e do aspecto horripilante da inspiração, Hookworms é uma maravilha que lançou um EP auto-intitulado, em 2011, e uma pequena série de singles até chegar “Pearl Mystic”, de 4 de março de 2013, via Gringo Records, com edição limitada a dois mil CDs e mil e quinhentos LPs.

É difícil arranjar elogios mais contundentes do que os que o Guardian, a Uncut, o Drowned In Sound (que deu nota dez ao disco) e a BBC já escreveram (só a Mojo e a Q torceram um pouco o nariz – só um pouco). “Pearl Mystic” é psicodélico, sujo, inebriante, atordoante, hipnótico… soberbo.

São nove canções que misturam Velvet Underground, 13th Floor Elevators, Suicide ou qualquer outra sujeira sessentista psych que tenha sido criada a partir de toneladas de químicos alucinógenos.

Difícil destacar só uma canção ou deixar de destacar uma delas. Por cima, dá pra dizer que “Away Towards” tem sete minutos sujos, enquanto “What We Talk About” é uma balada lisérgica, que Bobby Gillespie gostaria de ter escrito pro seu Primal Scream (e não conseguiu no recente “More Light”). Já “Preservation” tem uma batida potente, vocal com efeitos, e guitarras descabeladas: é uma canção acelerada. “Since We Have Changed” tem uma proximidade empolgante com o Velvet.

Como um desses veículos gringos disse: “perfeição pode ser definida de muitas maneiras, uma delas é o Hookworms e seu ‘Pearl Mystic'”.

Ouça “In Our Time”:

1. Away/Towards (clique aqui pra ver o vídeo)
2. Form & Function
3. i
4. In Our Time
5. Since We Have Changed
6. Preservation
7. ii
8. What We Talk About
9. iii

Aqui, a banda toca ao vivo “Away/Towards”:

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