Não, o Interpol não perdeu nem um pouco da sua capacidade de ser pop e soturno ao mesmo tempo. Mas nessa apresentação no programa do Conan O’Brien, “Conan”, na tevê estadunidense, ontem à noite, a banda escolheu “Lights”, uma música definitivamente nada pop, no sentido puro da palavra, de atingir o “gosto popular médio”.
E escolheu uma postura igualmente anti-pop.
Como sempre, de preto, naqueles ternos “Cães de Aluguel”, a banda quase sumiu no cenário de poucas luzes e exercitou a postura do anti-astro, do anti-ídolo. Todo o carisma ou atitudes e gestos fáceis que normalmente se vê numa banda de rock, que tem milhões de fãs e que se apresenta num programa com audiência de milhões de espectadores, devia estar escondido, forçadamente guardado em algum lugar, numa escolha consciente.
Sim, eles ainda são e parecem cool nessas roupas bacanas e nessa postura blasé de palco, mas o Interpol anda fazendo escolhas que colidem com todo e qualquer hype, não importa em que palco esteja – e não importa em quantos programas de televisão sua gravadora resolva usar pra promover o disco. O lance é não se curvar, embora sem chutar tudo para o alto.
Essa é uma brilhante luz no fim do túnel: