INTERPOL SP

Via Funchal lotado – ou quase: devia ter umas 5 mil pessoas lá dentro. Um calor infernal. O Cachorro Grande tenta mostrar a que veio. Às dez, quase dez e meia, Paul Banks e sua turma entram no palco, rola “Pioneer To The Falls”. A plateia pula, embora a música não seja para isso. Impressionante que o Interpol consiga levar tanta gente assim para pular numa terça à noite, em São Paulo. Isso não é “indie”, isso é meio mainstream. Meio.

Não tem como negar que o som, limpíssimo, da banda contagia. É rock, é “dark”, é Joy Division. Sim, sim, sim, é Joy Divison. A última, antes do bis, “Not Even Jail”, é o meior exemplo disso. Tudo lembra a banda de Ian Curtis, mas bem piorado – o que não quer dizer que não seja legal, porque imitar é legal. Isso ao vivo, isso em estúdio.

Fiquei também com a nítida impressão que, apesar de Daniel Kessler se esforçar e pular como um Flea, é o baterista Samuel Fogarino que é o cara. Parece que a obra inteira do Interpol é baseada na bateria, que muda, anda e desanda, enquanto que baixo e guitarras seguem a receita do começo ao fim.

Do lato da platéia, o público canta quase todas, há muitos fãs, e como eu não tenho costume de ouvir rádio, não sei se eles tocam nas “radio-rock”. Devem tocar. Patricinhas sabem a letra de “Slow Hands”, “Evil” (matadora, como eu imaginava) e “The Heinrich Maneuver” e mandam juntos num coro que muitas vezes lembra… o de show do Coldplay. A banda, com seu tecladinho às vezes irritante em algumas introduções, realmente lembra Coldplay – e isso é demérito. E lembrou muito os Strokes, em “Say Hello To The Angels”, mas porque a música lembra mesmo.

Foi chato em alguns momentos, como na cabeçona “Lighthouse”, interminável, ou já no bis, antes de “PDA”. Mas foi um show que mereceu ter sido visto. Quem foi deve ter gostado, já que o set foi com as melhores dos três discos, em quase duas horas. Dá uma olhada:

01 Pioneer To The Falls
02 Obstacle 1
03 Narc
04 C’Mere
05 Scale
06 Say Hello To The Angels
07 Mammoth
08 No I In Threesome
09 Hands Away
10 Slow Hands
11 Rest My Chemistry
12 Lighthouse
13 Evil
14 Heinrich Maneuver
15 Not Even Jail
BIS
16 NYC
17 Stella Was A Diver And She Was Always Down
18 PDA

As melhores? “No I In Threesome” e “Evil”.

NOTA: 7

Que no Rio seja melhor!

Agora, dá licença, que vou ouvir “Disorder”.

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