Se arrependimento matasse, teria colocado este disco entre os melhores nacionais de 2010. Talvez tivesse que fazer uma lista com onze, porque não dá pra tirar nenhum de lá e “Somewhere I Can Hear My Heart Beating”, o segundo disco dos paulistanos do Inverness, já estava aí pra quem quisesse ouvir (e baixar, aqui na Trama Virtual). E desde o final de outubro.
O Floga-se tenta se redimir agora. “Somewhere I Can Hear My Heart Beating” é um baita disco. Simples assim.
Lucas de Almeida (guitarra, vocal e samplers), Mateus Perito (guitarra, voz e sampler), Márcio Barcha (bateria) e Flávio Fraschetti (baixo) fizeram um disco praticamente inédito pra discografia nacional. Não se faz esse tipo de som por essas terras. A parte boa dos Mutantes, com todo aquele psicodelismo (sem a irreverência), aliada à viagem do Slowdive, do Animal Colletive (comparação constante e óbvia), dos shoegazers do começo dos anos 1990, certamente não estão entre as influências recorrentes da juventude de guitarras atualmente no Brasil.
O Inverness trilha sozinho por esse caminho fértil, com grandes possibilidades de furar fronteiras e fazer a cabeça de europeus mais atentos. E evolui.
Numa recente entrevista à Revista Noize, a banda revela o que mudou entre esse disco e o primeiro, “Forest Fortress”, de janeiro de 2009: “São momentos bem distintos no amadurecimento da banda e na nossa experiência de vida. No ‘Forest Fortress’ rola uma dualidade entre a vida na cidade, com suas rotinas e paranoias, e o campo, com sua paz e tranquilidade. Já o ‘Somewhere’ procura construir um outro lugar, em que seja possível encontrar algum repouso e algum escape do nosso cotidiano, seja esse lugar físico ou sonhado (…)”.
Que a banda me desculpe, mas esse disco não procura construir nada: ele construiu efetivamente um outro lugar, de sonho, com suas canções flutuantes, diversas camadas de sons, cantos de pássaros, vocais distantes e variações ora ensolaradas, ora melancólicas…
Os melhores momentos estão em “Room In Twilight” e “Watermelon Fog”. Destaque também para a ótima “Inside Diamonds”, com o lindo vocal de Sabine Höller. Exemplos fora da curva da criação média do pop brasileiro.
Vendo a lista de (agora) onze melhores discos de 2011 pode-se dizer com prazer que há um coração batendo forte no peito da música alternativa nacional. E o Inverness contribuiu um bocado pra isso.
Olha o serviço (o disco, repito, pode ser baixado na íntegra e de graça na Trama Virtual, então faça-o agora):
01. Somewhere I Can Hear My Heart Beating
02. Inside Diamonds
03. Cloud Liquor
04. Room In Twilight
05. Watermelon Fog
06. Lovesong For A Leaf
07. In The Sea
08. Sunday Evening Moonlight
09. Life’s Echoes
10. Tomorrow
Veja o vídeo oficial de “Cloud Liquor”:
[…] This post was mentioned on Twitter by Inverness. Inverness said: RT @flogase: Minha lista de melhores nacionais do ano deveria crescer um disco: o novo do @inverness_ já tava aí: http://bit.ly/hS8xT3 […]
Concordo meu véio!
Escutei este álbum antes de ontem e me APAVOREI!
Comentei no meu twitter como os caras são antenados nas refer~encias q fazem a cabeça da maioria das bandas legais lá de fora. Como tu falaste pitadas de Shoegaze com Animal Colective.
A! um pedido onde eu encontro essa album da “Repentina”?
Oi, Lázaro! O disco da Repentina eu tô falando com a artista pra ver se ela dá uns pra eu sortear aqui no blogue. O esquema de vendas é meio caseirão, então é difícil mesmo. Vejo com ela tb como vc pode comprar, pq baixar é difícil… Te mantenho informado, pode ser?
[…] pela sonoridade sem fronteiras nos dois primeiros discos, “Forest Fortress”, de 2009, e “Somewhere I Can Here My Heart Beating”, de 2010, foi uma grande surpresa pra mim, assim que lançou o mais recente trabalho. Não conhecia – […]
[…] aqui três discos da Repentina (“Repentina”, 2010) e três discos do Inverness (“Somewhere I Can Hear My Heart Beating”, 2010) para […]
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