KATE MOSS E ANTONY AND THE JOHNSONS NO NOWNESS

O filme poderia se chamar “Spying On Kate Moss”, porque é exatamente isso que apresenta. A magrela modelo se contorce num sofá, fazendo pose para o fotógrafo fora de quadro. O que se vê é ela, o sofá e alguns fios dos refletores aqui e ali.

Os fotógrafos de moda Inez van Lamsweerde e Vinoodh Matadin colocaram uma câmera estática no alto, focando Moss de cima. Ao filme, acrescentaram a animação de Jo Ratcliffe, que é um misto de “horror com Disney”.

Nesse formato, viram que a música de Antony And The Johnsons, “Everglade” (do terceiro disco, “The Crying Light”, de 2009), se encaixava como uma luva na angustiante combinação de contorcionismo da modelo com a animação macabro-infantil de Ratcliffe.

Então o filme se chama “Everglade” e tudo se explica.

É um curta de pouco menos de três minutos, mas o suficiente para fazer qualquer um ficar de queixo caído. Uma ideia simples, uma crítica retumbante ao mundo da moda – ou um simples exercício de estilo. Tanto faz. O que importa é como ele consegue transmitir tanta angústia.

Isso: angustiante é o adjetivo que resume tudo aqui. É a palavra. Kate Moss talvez seja a modelo mais problemática e angustiada dentre as mais famosas. Antony Hegarty talvez seja o cantor mais angustiado de toda sua geração.

Daí, deu nisso:

Spying On Kate Moss on Nowness.com.

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