O terceiro disco da enigmática Katie Dey chama-se “Solipsisters”. Lançado dia 31 de maio de 2019, chega três anos depois do bem mais ou menos “Flood Network”, de 2016 (ouça aqui). Mas o disco novo rivaliza em qualidade – e estranheza – com o ótimo primeiro trabalho, “asdfasdf” (vale ler e ouvir).
“Solipsisters” não se inclina a nada, a não ser à necessidade da própria artista em desovar tais sentimentos. São canções que começaram a surgir logo após do álbum anterior, algumas músicas são ainda mais antigas, e a própria Dey não se sente mais ligada a essas letras.
Em entrevista à Fader, ela explicou que à medida que envelhece, está “mais desesperada” pra se comunicar efetivamente com as pessoas: “no passado, sempre tentei dizer: ‘há esses sentimentos que literalmente não consigo expressar em palavras, e vou tentar transformá-los em músicas’. Eu me comunicaria sublingualmente através desses sons estranhos que eu faço – mas isso não estava dando certo, então imaginei que tentaria ser mais legível”, por isso as letras se tornaram fator importante na obra, mesmo com a distância do tempo resolvendo muitas das questões.
“Sendo tão solitária, meu senso de comunidade é provavelmente diferente do senso de comunidade da maioria das pessoas. Estar na Internet, principalmente, e não fazer muita coisa do lado de fora devido a um monte de fatores, como doenças mentais e deficiências e coisas do tipo, parece realmente desesperador às vezes – apenas se impondo nesse fluxo, não querendo ficar sozinha”, ela conclui, um tanto como rascunhando a maioria dos jovens nos dias atuais. A sua música, ao menos, é uma forma de descarrego e parece a manter inteira.
Todas as canções foram escritas e executadas por Katie Dey. O lançamento é via Run For Cover Records.
01. Waves
02. Solipsisting
03. Stuck
04. Dissolving (clique aqui pra ver o vídeo)
05. (At Least For Now)
06. Shell
07. Reflection
08. Escaping
09. Unforming
10. Sieve