Depois de sete anos de estrada, dois EPs e muita paciência, os paulistanos do Labirinto fizeram algo extraordinário: esse disco, chamado “Anatema”.
A banda tem em seu tronco principal o casal Muriel Curi (na bateria) e Erick Cruxen (na guitarra) – mas participaram da gravação do disco Daniel Fanta (guitarras e piano), Joaquim Prado (guitarras, baixo e sintetizadores), Matheus Barsotti (segunda bateria), Vitor Visoná (violoncelo), Heitor Fujinami (violino) e Nathan Bell (banjo) e ao vivo a banda é outra.
Eles criaram uma obra conceitual, com seis músicas que se emendam, se completam e fazem o ouvinte viajar por universos diversos da sua própria mente. Pode ser uma trilha sonora pretensiosa de uma peça de teatro ou cinema qualquer, pode ser a linha que guia os seus mais intrincados sonhos, ou pode ser ainda uma viagem (da sua cabeça) muito bem elaborada. Tanto faz. O Labirinto fez uma música que dificilmente se ouve no Brasil, uma música internacional, como o Floga-se reinvidica desde sempre das bandas nacionais.
Só por isso “Anatema” já mereceria sua atenção e seu aplauso.
Mas há mais a ser notado. Não é uma obra fácil e provavelmente isso seja um dos grandes elogios pra banda. As músicas são longas (todas com mais de dez minutos) e intensas, com clímax diversos, mudanças bruscas, interpretações dignas e referências que podem ir dos óbvios Mogwai, Godspeed You Black Emperor! e a fase mais doidona do Pink Floyd, à música clássica e ao jazz.
O disco levou dois anos para ser concluído, no estúdio Dissenso, e mixado por Greg Norman no Electrical Audio Studios, em Chicago. Ele é sócio de Steve Albini.
Foi lançado via Dissenso Records, com distribuição internacional – que deve ser o maior comprador mesmo, afinal o público brasileiro não está acostumado com guitarras transbordando esse tipo de experimentalismo. A capa extraordinária, uma obra de arte, foi criada por João Ruas. O disco ainda sai em LP duplo de alta qualidade.
Viaje:
1. Reverso
2. Incendiários
3. Chromo
4. Huo Yao
5. Flagelo
6. Anatema
Você pode ouvir o disco na íntegra:
[…] disco foi lançado ano passado, em agosto. O Floga-se falou de “Anatema” neste post aqui, caso você tenha passado batido, e pode ser ouvido na íntegra na página da banda no Facebook, aqui (aproveita e […]
[…] A banquinha de vendas dos produtos do Labirinto, na entrada da Sala Adoniran Barbosa, mostrava o motivo dessa apresentação: o Labirinto estava lançando seu disco “Anatema” em vinil de alta qualidade. A peça é belíssima na forma, com capa dupla e uma arte impecável – adjetivo que se estende até camisetas, botons e afins, num pacote completo -, e brilhante no conteúdo (leia aqui minha percepção do disco). […]
[…] que o Brasil tem. Digo… que faz músicas mais internacionais. O seu novo trabalho, “Anatema”, de 2010, é um exemplo esplendoroso disso. Nada mais justo, então, do que a gringolândia se curvar à […]
[…] o “próximo passo”. Depois do exuberante “Anatema” (e é difícil arrumar adjetivo mais apropriado pra esse caso) , o disco de 2010, os paulistanos da […]
[…] musicais pra se absorver sob qualquer aspecto, sob qualquer adversidade. Três músicas de “Anatema” e três do novíssimo “Kadjwhyn EP“, só que era tudo uma coisa só, uma delírio só, […]