Lá se vão quatro anos desde que o Lowtide deu ao mundo seu primeiro disco cheio, “Lowtide”, em 2014 (leia e ouça aqui). Depois disso, só mesmo o compacto duplo, “Julia” (cover da banda francesa Asylum Party) e “Spring” (que saiu em julho de 2015).
Os australianos – que gravaram com a mesma formação, Giles Simon (baixo e vocal), Lucy Buckeridge (baixo e vocal), Gabriel Lewis (guitarra) e Anton Jakovljevic (bateria) – reaparecem com “Southern Mind”, seu segundo disco, em 16 de fevereiro de 2018, via Rice Is Nice Records. Logo após as gravações, Giles deixou a banda e a Lowtide resumiu-se a um trio.
As nove faixas foram gravadas no The Aviary Studios, no estado do sul australiano de Victoria (onde fica Melbourne), durante o inverno de 2017.
Sendo trio ou sendo um quarteto, o Lowtide é um grupo que sobrevive dentro da bolha do “shoegaze/dreampop”. Não varia muito daí. O que só afasta quem não curte o estilo. Mas a questão é: o que o Lowtide faz dentro desse “mais do mesmo”?
Assim como na brilhante volta do Slowdive em 2017 (leia a resenha aqui), o Lowtide tem um certo toque de nostalgia vibrante. Ajuda o fato de a Austrália não ser essencialmente fria. Só que embora existam canções afundadas em melancolia, como “A. C”, outras como a faixa-título e “Elizabeth Tower” impressionam pelo calor.
As guitarras e seus efeitos, protagonistas no dreampop, são mais leves. É um disco pra relaxar e não fazer nada. Um disco pra não absorver, até. Pra ouvir sem apreender, o que não é necessariamente um problema. Um disco que oferece música de fundo pra deixar a vida passar. Pode parecer pouco, mas não é.
1. Southern Mind
2. Alibi
3. Elizabeth Tower
4. A. C
5. Olinda
6. On The Fence
7. The Fear
8. Window
9. Fault Lines