Essa nota é musical… e financeira.
A Madonna vem ao Brasil para quatro shows. Ninguém confirma, mas o Morumbi e o Maracanã têm datas reservadas para a segunda semana de dezembro. O cachê da cantora é de US$ 5 milhões por apresentação, ou seja, ela ganha nessa brincadeira US$ 20 milhões. É um dinheiro que ela usa pra pagar roadies, técnicos, dançarinos, músicos e seu staff (assessoria de imprensa, maquiador, cabelereiro, costume designer etc. – não é pouca gente). Mas o empresário tem que pagar mais: o transporte das toneladas de equipamento e de toda essa gente, os hotéis cinco estrelas, a divulgação do show, a confecção dos ingressos, os estádios, os inúmeros e corrosivos impostos e sua própria equipe de produção. É um bocado de dinheiro.
Por isso, o ingresso será um tanto salgado. Especula-se que algo em torno de trezentos dinheiros, o mais barato. Não é pra todos.
Eis que surge o dinheiro dos bispos da Universal. Bispos… Madonna… Sacou a ligação?
Pois bem, a Record vai desembolsar exatamente cinco milhões de doletas pra transmitir com exclusividade um dos shows da cantora após a sua novela das nove. Ou seja, 25% do que o empresário deveria gastar com cachês foram livrados. Ótimo.
Melhor ainda pra Record, que venderá em cotas de publicidade uma quantia quase sete vezes mais do que o investido, R$ 36 milhões. Um grande negócio. Os anunciantes vão pagar e vão aparecer muito na tela da emissora, com chamadas constantes semanas antes, a todo momento. Provavelmente, pinta aí até entrevista exclusiva, acesso aos camarins, bastidores…
Todos saem ganhando: a artista, que enche o bolso; o empresário, que também enche o bolso; e a emissora, que se promove, ganha audiência (inclusive pra novela) e também enche o bolso. Só o público que esvazia o bolso. Até vale a pena, afinal é a Madonna. Mas com um ingresso tão caro assim, só bacana mesmo pra aparecer aos shows… O resto, só pela TV.