Uma mocinha que parece apaixonada por filmes do John Waters e compõe sujas surf musics, alisando o punk, o rockabilly e o garage rock, lembrando às vezes The Cramps, mas na maioria das vezes obscuridades de um estilo que dificilmente chega à superfície do mainstream.
Mary O (guitarra e vocal), paranaense de Londrina, montou em 2009 com Gordon (baixo) e Bino (bateria) uma das bandas mais curiosas do Brasil atualmente, a MARY O AND THE PINK FLAMINGOS. Não há nenhum disco ou EP lançado ainda, mas no Bandcamp da banda é possível ouvir uma compilação de demos (com cara de ensaio, produzida por Gabriel Guedes) gravadas de maneira tosca pelo próprio trio. São onze canções e, sinceramente, dá pra animar uma festa a noite inteira com elas.
A maioria das canções é instrumental, com aquela guitarrinha e aura de filmes B dos anos 1950 (que o Tarantino tanto paga pau), mas quando Mary O resolve acelerar o processo, surgem criações alucinadas, como “It’s Potato!”, “Cute Song” e “Hello Boys! Sorry Girls!”, e se já era bom antes, com leveza e sujeira se equilibrando (“Flamingo Attack” é um ótimo exemplo), fica decididamente mais provocativo, divertido e intenso.
O trio anda fazendo bastante shows por aí, fora de Porto Alegre, cidade onde a banda surgiu. Tente pegá-los em algum palco. Deve ser insano. A Mary O And The Pink Flamingos tem nome legal, uma vocalista legal, músicas legais e a promessa de um futuro legal. Se torne uma pessoa legal também e ouça – o mais alto possível.
01. Little Coconuts
02. It’s Potato!
03. Wasabi Overdose
04. Flamingo Attack
05. A Luz De Lava
06. Cute Song
07. Howdy Ho!
08. 25 Pesetas
09. Hello Boys! Sorry Girls!
10. Terror No Dona Neca
11. Cereal Killer