Lá se vão setenta anos da experiência mais desastrosa da ciência: as bombas atômicas sobre Hiroshima e Nagasaki.
Nos dias 6 e 8 de agosto de 1945, encerrando de vez a Segunda Grande Guerra e retaliando o ataque a Pearl Harbor, o exército estadunidense matou aproximadamente duzentas e cinquenta mil pessoas, quase cem por cento delas civis, incluindo mulheres, crianças e idosos, com duas bombas, “Little Boy” em Hiroshima, dia 6, e “Fat Man”, em Nagasaki, dia 8.
Os nomes engraçadinhos das bombas são mais um detalhe perverso dessa monstruosidade que chega à citada efeméride em 2015. O diretor Mark Cousins dirige o documentário pra destrinchar o legado dessa experiência, desde a arrasadora herança destrutiva, incluindo o medo da Guerra Fria, os protestos anti-nucleares, os acidentes de Chernobyl e Fukishima; e, por outro lado, a beleza do mundo atômico, as benesses, como o raio X, escâneres, o apoio da ciência nuclear na medicina e na geração de energia: “a era nuclear tem sido um pesadelo, mas um sonho também”, diz o anúncio do documentário “Storyville: Atomic – Living In Dread And Promise”, que a BBC lança em lembrança à data.
O especial da BBC inclui quatro documentários: “Britain’s Nuclear Secrets: Inside Sellafield”, “War Book”, “The Race For The World’s First Atomic Bomb: A Thousand Days Of Fear” e o primeiro deles, o de Cousins. Pra entender o projeto “BBC Four Goes Nuclear”, clique aqui.
Pra trilha sonora de “Atomic…”, os ingleses escolheram o Mogwai e a escolha foi perfeita, como se pode ver no trailer abaixo.
O Mogwai, você sabe, não é estranho em trilhas sonoras, muito menos de documentários. Já fez “Les Revenants” (veja aqui) e
“Zidane – A 21st Century Portrait”, sobre o craque campeão mundial de 1998.