É espetacular essa matéria do alemão “Der Spiegel”, escrito por Tobias Rapp e traduzido pro português (pro UOL) por George El Khouri Andolfato, sobre o uso de música pra torturar presos de guerra. A prática, claro, é utilizada pelo exército da “maior democracia do mundo”, os Esteites, em Guantámano.
Quem viu o filme “Caminho Pra Guantámano” (“Road To Guantamano”, ING, 2006), dirigido por Michael Winterbottom, sabe do que se trata. No filme, três jovens ingleses de família muçulmana vão ao Paquistão pra um casamento, em setembro de 2001. “Com sede de aventura, eles cruzaram ingenuamente a fronteira com o Afeganistão, apesar da ‘Guerra contra o Terror’ já estar em andamento. Ao tentarem voltar ao Paquistão com um grupo de talebans, combatentes da Aliança do Norte prenderam os três e eles acabaram sendo entregues aos americanos. Eles chegaram em Guantánamo no início de 2002”, de acordo com a matéria. O filme trata sobre isso. E sobre a tortura que sofreram, ouvindo todo tipo de música: heavy metal, rap, jingles, o hino americano, Bee Gees etc. ininterruptamente, dias a fio, presos por correntes, com luzes estrobo na cara…
Era – e não se sabe se ainda é, na Era Obama – uma prática comum do exército americano. Na Era Bush com certeza funcionou de cabo a rabo. O método é conhecido como “tortura sem contato”: não deixa marcas, a não ser psicológicas.
Membros do Rage Against The Machine, do Massive Attack e de outras bandas ficaram enojados com o uso das suas músicas pra esse fim. Já outros, como do Metallica, acharam “patrioticamente o máximo” (as aspas são por minha conta). Acredite nisso. Tem gente que apoia esse tipo de coisa.
Pra ler a matéria inteira, inclusive com seu final bastante triste e revelador dos efeitos da tortura, clique aqui (restrito pra assinantes UOL).
E antes que alguém pense em usar Charlie Brown Jr. NX Zero ou Caetano Veloso pra atormentar o vizinho ou a sogra, vale lembrar que tortura é crime no Brasil, ocá?
[…] A tortura taí. O Floga-se até falou disso, da prática recorrente em Guantámano, a tal da “tortura sem contato”. […]