NEW ORDER EM SÃO PAULO

Via Funchal, dia 13 de novembro de 2006. São Paulo. Dezoito anos depois, New Order mais uma vez. Que show!

Quer dizer, depende do que você entende por show. Se for aquelas pirotecnias com luzes sincronizadas com as músicas, esqueça. Se for uma banda que interage com a platéia, mude de assunto. Se for uma penca de músicas espetaculares, muitas delas clássicas, a maioria atuais, eis um belo show. Eis o New Order. Com 25 anos de carreira, os caras ainda são o que são: importantes para música.

Certa vez, para provocar, disse que o New Order é mais importante para a música atual do que o Pink Floyd. Hoje diria que é mais até do que o Led Zeppelin. Porque esse show não tem nada de caça-níqueis, embora seja de fato, pelo menos para a banda em si, que precisa ganhar um troco para viver. Para a platéia, é um delírio. Na pista, um bando de tiozinhos, beirando os trinta ou mais, mas também um bando de moleques na casa dos vinte. Todos se divertindo à beça, e só por causa da música. Não precisa de mais nada.

Bernard Summer até tenta. Dessa vez, o New Order abriu a boca. Em 1988, nem “thank you” rolou. Ontem, teve até piadinha. Mas a voz dele continua piorando, sumindo, embora ninguém nem ligue para isso. Porque, mais uma vez, é a música que importa. Peter Hook é o verdadeiro showman. Toca baixo como ninguém, faz linhas de baixo como ninguém, e parece tocar guitarra e não baixo. Stephen Morris só se faz notar quando vêm os hits na seqüência, “Blue Monday”, “Perfect Kiss” e “Bizarre Love Tringle”, afinal, se é que você me entende, essas músicas são… DELE! Ele programa, ele dá o ritmo, ele faz parecer a música do CD no show. E tem Phil Cunnigham, o guitarrista/tecladista que parece ser o mais sortudo do mundo, se divertindo a cada minuto.

Mas ninguém se diverte mais do que a platéia, que por incrível que pareça era formada mesmo de fãs, na sua maioria. Gente que conhecia grande parte das músicas e não só os hits. Gente que vibrou com as músicas do Joy Division (aliás, tanto quanto a própria banda, que parece vidrada na ex-banda), principalmente numa mal ensaiada “She’s Lost Control”. Ainda teve “Transmission”, a pérola das pérolas do Joy Division, e, claro, “Love Will Tear Us Apart”, para fechar.

A pista do Via Funchal virou uma grande pista de dança, mas longe de ser uma dessas festas saudosistas dos anos 80, que infestam a noite por aí. Essa era uma festa atual, porque o New Order é atual, toca música e tem hits atuais. Tem “Crystal” e tem “Krafty”. Como também tem uma beleza de “Your Silent Face”, uma das mais belas canções da banda.

Uma hora e meia de show. E nessa terça-feira tem mais. Quando os acordes de “Por Uns Dólares A Mais”, de Ennio Morricone, começarem a soar de novo, ja sei que vou me divertir! Na seqüência vem:

1 – “Crystal”
2 – “Turn”
3 – “Regret”
4 – “Ceremony”
5 – “Who’s Joe”
6 – “Transmission”
7 – “Krafty”
8 – “Waiting for the Sirens Call”
9 – “Your Silent Face”
10 – “True Faith”
11 – “Bizarre Love Triangle”
12 – “Temptation”
13 – “Perfect Kiss”
14 – “Blue Monday”
15 – “She’s Lost Control”
16 – “Love Will Tear us Apart Again”

De quebra, pra você, tem “Turn”:

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