Estava eu ensaiando já há alguns meses como seria minha abordagem sobre a devastação sonora que abordarei nas linhas abaixo. Pensei em várias coisas, mas deixei tudo pra lá e preferi escrever exatamente agora do zero, sem pensar em nada e deixar as palavras fluírem.
É notório que a Alemanha tem um papel fundamental pra música contemporânea. O kraut está inserido em todas as manifestações musicais desde sua criação. Nomes atemporais como NEU!, Can, Kraftwerk, Faust e inúmeros outros são obrigatórios pra qualquer admirador de música.
E a Alemanha atualmente tem jogado na cara do planeta algumas bandas que a colocam novamente em voga, caso da psicodelia negra do Blue Angel Lounge. Mas a banda que me chama extrema atenção desde a primeira audição atende pela alcunha de THE LOST RIVERS (formada em 2006, com Phil Wolkendorf, guitarras e vocais; Hell Pilot, baixo; e Izzy, bateria).
Em 31 de maio de 2009, eu havia escrito assim no TBTCI: “…recebi um friend request no myspace onde dizia assim (sic) ‘hi your blog is awesome, maybe you like our sound…’. Não existe nada físico dos caras, três canções espetaculares, um fusion estupendo de Skywave, A Place do Bury Strangers e Ride fase ‘Nowhere'”.
Finalizei o texto assim: “pra ficar espertíssimo porque os caras vão dar o que falar e melhor vão estremecer o mundo noise mais ainda (sic)”.
Logo depois, meu relacionamento com Phil Wolkendorf (vocais e guitarras), do Lost Rivers, estreitou e nos tornamos grande camaradas. No decorrer, fizemos uma entrevista, ainda em 2009, publicada no TBTCI. O Lost Rivers era um enorme desconhecido pro público. Mas pra mim não. Iniciei a entrevista assim: “talvez eu seja o maior fã desses alemães, mas isso é somente um detalhe, porque o dia que esses caras gravarem seus registros de forma oficial, certamente vai (sic) despertar interesse de muita gente, mas muita gente mesmo…”.
Ficamos tão brothers que Phil me enviou dois CDs demos, com as músicas que eles tinham gravado até o momento, além de outro com coisas que eles só tinham feito em ensaios e tudo mais. O mais bacana de tudo é que ele me mandou uma carta – sim, uma carta, isso existe, hoje todos se comunicam por emails, MSN, e uma carta é algo pessoal, feito de amigos pra amigos, é algo único e intimo. Digitalizei a carta pra você ver o conteúdo.
Bom, mas e o Lost Rivers depois de tudo isso?
É, o Lost Rivers cresceu, fez turnês poderosas com gente do calibre de Ceremony, Nova Saints e tal, aí Scott Causer, dono do selo Northern Star, que inclusive foi entrevista no TBTCI e já foi citado na Noise Waves sobre o debute do Nova Saints, pegou o Lost Rivers no colo e botou no mercado singles, EPs e agora o disco de estreia, “Sin & Lostness”.
Ouça ‘Death Drive”:
Ouça “Cinnamon”:
O álbum virou xodó da Pitchfork, ganhou nota altíssima e foi declarado como um dos melhores álbuns de guitarras da atualidade. O Lost Rivers finalmente chegou onde merece. Sua música feita com amor e paixão está atingindo plateias e públicos maiores. Escute “Sin & Lostness” e entenda a insanidade guitarrística e o wall of sound magistral do Lost Rivers. A banda deve e merece ser objeto de adoração. Há doses cavalares de Velvet Underground, Jeses & Mary Chain, Telescopes, Loop e Skywave – todos os mestres do wall of sound abençoam Phil Wolkendorf.
Ouça “City Lights”:
E o TBTCI continua amigo e camarada do pessoal do Lost Rivers e de Scott Causer.
01. Your Looks
02. Death Drive
03. All Dead (For The Last 24 Miles)
04. Fall
05. Cinnamon
06. City Lights
07. Deny You
08. New Light
09. Deadend
10. Mirrors
Álbum – Sin & Lostness
Lançamento (original) – 26 de março de 2012
Gravadora – Northern Star Records
Tempo total – 54 minutos e 05 segundos
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Renato Malizia é editor do blogue The Blog That Celebrates Itself.
Lá vem o Renatão devastando tudooooooo!!!!
Parabéns querido! Adoro seus textos!!}
Bacio!