Quando me deparo a iniciar um novo texto pra Noise Waves, sempre vem à tona o seguinte: quem e qual história merece ser compartilhada com você, leitor e amigo? Porque não é uma resenha curta e grossa do álbum ou da banda, ou dizer que a influência é essa e que isso vai ou não mudar a nossa vida. O lance aqui é diferente, o que importa é como, por quê e quais os motivos que realmente interessam pra despertar o interesse em ouvir algo.
Daí, sei que esta demorou um pouco mais a sair do forno do que as anteriores, mas é que tem a ver com a Itália. Ó, a Itália belíssima, coisa de família mesmo, afinal Malizia é oriundo do belo pais, e meio sem querer iniciei os preparativos pra esta edição, e meio que sem querer calhou o fato de que eu estava contemplando mais uma vez a odisséia da família Corleone (sim, sim, “O Poderoso Chefão”, clássico imortal de Mario Puzzo e Francis Ford Copolla), e obviamente saboreando uma belíssima pizza sabor toscana, pra dar mais ênfase ao clima siciliano.
Só que daí me toquei que o que eu havia selecionado pra escrever era nada mais nada menos do que os italianos do Thee Piatcions. Italianissimos psych drone rockers, que tomei conhecimento há pouco mais de um mês, via Facebook.
Numa belíssima manhã de domingo, em minhas checagens, me deparei com um de meus vários comparsas alucinógenos da rede. Este colega postou um vídeo com climão psicodélico e que continha a legenda – druggy psych sounds. Opa, estalo na hora, curiosidade máxima, e fui lá me aventurar com o tal do Thee Piatcions e o resultado foi imediato: chapei total, italianos rockers que me remeteram ao Singapore Sling no visual. Sonoramente, os rapazes são devotos fervorosos das praticas guitarristicas da família Spacemen 3, leia-se, Spiritualized, Spectrum, E.A.R e Darkside. Inclua aí o segundo álbum do Telescopes (“The Telescopes #Untitled Second”, 1992), e não tive opção a não ser entrar no Bandcamp e comprar no ato meu exemplar do álbum “Senseless>Sense”, que já pela capa demonstra qual a real intenção dos caras, ou seja, encharcar nossos tímpanos com doses cavalares e sem prescrição do mais puro psych shoegazer rock, trilha sonora exata pras tais druggy sounds.
Após a compra imediata do artefato, postei o Bandcamp do Piatcions e em fração de segundos, como deve ser encontros psíquicos, eis que Dave Piatcions Cocks comenta: “hey, mate, thanks so much, we love your blog”.
Opa, opa, opa pensei com meus botões. Isso é contato imediato de zero grau, será que Peter Kember ou Jason Pierce estão por detrás disso? Vai lá saber… Só sei que eu e o Dave Piatcions trocamos ideias e mais ideias desde aquele fatídico domingo, e os gostos são os mesmos, a verve pra sacanear idem, e eu obviamente convidei o Thee Piatcions pra serem entrevistados o que aconteceu de imediato (leia a entrevista aqui).
E dai em diante, tenho ofertado os italianos aos meus amigos como prato principal pra experimentações, pra uso de psicotrópicos ou não, porém todos os felizardos têm tido resultados satisfatórios com a audição deste pequeno grande artefato, chamado “Senseless>Sense”. Pra maiores informações, pegue o cardápio e leia a bula conjuntamente.
1. Red Van
2. Sleepless
3. Milk And Honey
4. As Seen Through A Telescope
5. Walking The Border Line
6. Time
7. Singapore Mon Amour
8. Feedback
9. Stargazer
Ouça aqui o disco na íntegra:
Thee Piatcions é: Francy (vocal e guitarra), Dave (baixo) e Carellino (bateria)
Álbum – Sensesless>Sense
Lançamento – 5 de setembro de 2011
Gravadora – I Blame The Parents Records
Tempo total – 45 minutos e 36 segundos
Contato – Facebook e Site Oficial
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Renato Malizia é editor do blogue The Blog That Celebrates Itself.