NOTHING foi formado em 2011 pelo doido Domenic Palermo. Em 2002, ele tinha a banda de hardcore chamada Horror Show, até que foi preso por desferir umas facadas num infeliz. Ficou dois anos trancafiado. Saiu, ficou na boa, até que em 2011 criou o embrião do Nothing, naquele momento praticamente uma banda-de-um-homem-só.
Só alguns meses depois, ao se juntar ao guitarrista Brandon Setta, Palermo conseguiu dar rumo ao Nothing, levando em conta suas preferências de infância: Slowdive, Cocteau Twins e The Cure. E esse rumo veio a ser um ritmo totalmente diverso das suas experiências aceleradas. O Nothing estava se acomodando no dream pop. “Sun And Lovers”, um raro e belíssimo doze polegadas lançado pela japonesa Big Love Records (apenas trezentas cópias), era caminho a seguir:
No final de 2012, surgiu o ótimo EP “Downward Years To Come”, com cinco músicas produzidas por Kyle “Slick” Johnson e gravadas no Brooklyn, em Nova Iorque, cidade da banda (que hoje está baseada na Filadélfia). O lançamento da A389 Records, uma etiqueta de Baltimore, dava uma nova cara ao Nothing, bem próxima do que seria um Ride-Swervedrive grunge.
Ouça na íntegra (destaque pra “Mine Is Clouds”):
Daí, veio 2013 e Palermo e Setta preparam esse “Guilf Of Everything”, o primeiro disco cheio, a ser lançado dia 4 de março de 2014, via Relapse Records, com produção de Jeff Zeigler.
A banda se completa com Michael Bachich, na bateria; e Joshua Jancewicz, no baixo.
São nove canções, incluindo a bela “Dig” e a acelerada “Bent Nail”, que você ouve abaixo:
O Nothing acaba sendo uma das apostas mais bem-vindas pro estilo: shoegaze delicado e acessível, baladas ora pop ora ácidas, além de uma feliz objetividade, sem fru-fru de solos desnecessários. Quem foi preso, não tem tempo a perder.
Quem nunca ouviu o Nothing também não tem. Corra, vá atrás do disco.
1. Hymn To The Pillory
2. Dig
3. Bent Nail (clique aqui pra ver o vídeo)
4. Endlessly
5. Somersault
6. Get Well
7. Beat Around The Bush
8. B&E
9. Guilty Of Everything