Quem lê este blogue talvez torça o nariz totalmente pro Carnaval e, principalmente, pras escolas de samba. A acusação é que é um espetáculo hollywoodiano que pouco tem a ver com a realidade brasileira ou com as “comunidades” representadas…
Pode ser e sei lá também, tanto faz. É análise demais quando a diversão é o que importa. E não dá pra negar que a despeito de escorregões os sambas de enredo são bastante divertidos.
Eles são normalmente escritos de uma maneira forçada, pra retratar o enredo escolhido, por isso há rimas pobres, repetição de frases de efeito e coisas afins, mas com relação ao ritmo é de arrepiar. Graças à bateria, o coração das escolas de samba.
Talvez seja essa a motivação do escritor Julio Cesar Farias, ao lançar “Bateria – O Coração da Escola de Samba” (Litteris Editora, 2010, xxx páginas): a bateira é de arrepiar. De acordo com o site “Galeria do Samba”, “o livro traz, entre outros tópicos: as origens do samba e do samba-enredo; a relação da música da bateria com religiões afro-brasileiras; os instrumentos musicais utilizados e suas características; a disposição das peças na formação da ala; as batidas por minuto (BPM’s); as convenções, bossas e coreografias realizadas; as manobras do grupo nos boxes; os ensaios; o julgamento do quesito; os elementos constituintes e os vinculados à bateria, como os ritmistas e sua formação musical, diretores e mestres de bateria, fantasia e adereços, rainha de bateria, carro de som, puxadores de samba; passistas; discografia; premiações; depoimentos dos mestres; modelos da ficha técnica e do mapa de notas”. Completíssimo.
A apresentação é de outro grande pesquisador do samba, Sérgio Cabral, com prefácio do genial Martinho da Vila.
O lançamento oficial é dia 9 de fevereiro, na semana que antecede o Carnaval 2010, na Casa de Cultura Hombu, na Avenida Mem de Sá, 33, na Lapa. Depois, dá uma meia-trava no Nova Capela ou no Brasil, pra tomar aquele chope profissa e comer um bife à milanesa. Nada melhor.
Essas são algumas das maiores instituições cariocas e brasileiras. Ainda bem que existe gente com fome de preservar essa história, mesmo que muita gente ainda torça o nariz.
Alegria, alegria! O Carnaval tá chegando…