OS 30 ANOS DA MORTE DE IAN CURTIS

Foi em 18 de maio de 1980 que Ian Curtis resolveu dar cabo à própria vida, se enforcando em casa. Morria com ele o Joy Division e nascia um mito, uma banda-mito e profundamente influenciadora de centenas de outras bandas, e um outro clássico, o New Order. No saldo, a coisa pode parecer positiva. E é. Porque sabe-se lá como seria a história da música se ele tivesse tido coragem de enfrentar em vida seus fantasmas.

O cidadão se matou e só isso já é terrível. Não é  motivo para comemoração, mas vale a lembrança, porque o artista é enorme, maior do que a covardia do ato.

Ian Curtis tinha 23 anos (a menos de dois meses de completar 24) e deixou um legado inestimável: dois discos com o Joy Division e uma série de músicas de arrepiar. O primeiro, “Unknown Pleasures”, de 1979, será apresentado hoje na íntegra, na Factory Records, que o baixista Peter Hook adquiriu há pouco tempo, como símbolo de uma época em que o New Order e a música do Joy Division dominavam as mentes e pés da moçada. Hook vem apresentando o disco por completo, numa turnê pouco badalada, há dois meses.

Quem é fã tá cansado de saber, mas o filme “Control” (ING, 2007, de Anton Corbijn), sobre a vida do cantor, é um bom retrato do personagem. Veja, se ainda não viu.

Eis um trecho do filme, com “She’s Lost Control”. Para muitos, uma obra-prima:

Aqui, um vídeo de uma das primeiras apresentações da banda na TV inglesa, em 1978, quando o Joy Division ainda precisava de uma inconveniente introdução. “Shadowplay” é a música. Não chamo de raridade, porque tá no YouTube, mas é perto disso:

Sim, “Shadowplay” é aquela música que o Killers conseguiu deixar assim:

Que tal essa apresentação da intocável “Transmission”, no programa “The Wedge”, em 1979, com Ian Curtis virandos os olhos?

Falei do filme “Control” e tals, mas se você clicar aqui poderá saber mais detalhes do filme (na época em que eu escrevi sobre ele) e ver um vídeo “matador” em Stop and Motion de “Disorder”.

Isso, antes de ver o vídeo oficial da angustiante “Atmosphere”:

É óbvio que todos conhecem a importância do Joy Division e do Ian Curtis… Mas custa tirar o dia hoje para lembrar? Faz assim: pegue os dois discos do Joy Division que você obrigatoriamente deve ter aí, ou uma das muitas coletâneas que lançaram da banda, e ouça. Ouça muito.

Eu diria, citando o outro, que é “inarrependível” – e uma dádiva.

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