OS DISCOS DA VIDA: CRETINA

Cretina. O nome não diz tudo sobre esse trio carioca. Sua música, muito bem apresentada em “Babilônia Moderninha”, o primeiro disco, não tem nada de cretina ou de cretinagem. O ouvinte não é enganado em momento algum com o desfile de canções simples, curtas, objetivos e empolgantes. Cretina é só, veja bem, por assim dizer, um modo de vida.

Pra saber como Erick, Igor e Letícia formataram seu som – ou, por outra, como formataram seu gosto musical – eis aqui os “Discos da Vida” de cada um deles. Você verá que há de tudo, mas que esse tudo converge pro mesmo ponto: a diversão, cretina ou não, até porque o rock tem que ser cretino na maioria das vezes pra se valer de tal estampa.

Esses cariocas fazem por merecer.

ERICK RENATO (bateria)

N.E.: Erick infelizmente não mandou textos explicando cada escolha.

Arnaldo Baptista – “Loki” (1974)

Ouça “Cê Tá Pensando Que Eu Sou Loki?”:

Los Hermanos – “Ventura” (2003)

Ouça “O Vencedor”:

Nirvana – “Nevermind” (1991)

Ouça “Lithium”:

Os Mutantes – “A Divina Comédia Ou Ando Meio Desligado” (1970)

Ouça “Desculpe, Babe”:

Secos E Molhados – “Secos E Molhados” (1973)

Ouça “Sangue Latino”:

LETÍCIA LOPES (baixo)

Sonic Youth – “Daydream Nation” (1988)
Este foi o primeiro do Sonic Youth que eu ouvi. Depois dele, minha concepção de música mudou radicalmente. Como abrir os olhos depois de anos na escuridão…

Ouça “Candle”:

Babes In Toyland – “Spanking Machine” (1990)
Ódio, deboche, desabafo. Está tudo lá, e eu amo!

Ouça: “Never”:

PJ Harvey – “Rid Of Me” (1993)
Esse disco é completo: guitarras perfeitas, letras totalmente autobiográficas, é quase como reler meu diário.

Ouça “50 Ft Queenie”:

The Stooges – “Fun House” (1970)
Além de todas as músicas cheias de energia e sinceridade musical, tem “Dirt”, me faz chorar…

Ouça “Dirt”:

Sebadoh – “BakeSale” (1994)
Guitarras melancólicas e o melhor diálogo entre guitarra e baixo em “Careful”: “as a soldier we’re so strong!”. É hino.

Ouça “Careful”:

PAULO IGOR (guitarra e vocal)

The Cramps – “A Date With Elvis” (1986)
Eu me descobri depois de ouvir Cramps… Definiu meu estilo e caráter musical.

Ouça “People Ain’t No Good”:

Sonic Youth – “Goo” (1990)
Minha grande influência. Depois que ouvi esse disco logo soube o que queria fazer: formar uma banda.

Ouça “Kool Thing”:

The B-52’s – “Wild Planet” (1980)
Passei minha infância ouvindo esse disco em “festas americanas” que minha irmã fazia…Com ele aprendi um pouco sobre o roque festeiro.

Ouça “Party Out Of Bounds”:

The Rolling Stones – “Rolling Stones” (1964)
Esse é o álbum de estréia dos Stones e funcionou como uma escola pra mim. O disco consiste em releituras de canções de rhythm and blues de gênios como Muddy Watters, Nat King Cole e Chuck Berry.

Ouça “Carol”:

Nirvana – “From The Muddy Banks Of Whiskah” (1996)
Um disco póstumo, uma coletânea linda de shows ao vivo, onde é possível se deslocar por toda a trajetória dessa magnifica banda. A concepção desse trabalho começa pelo título, “Das Margens Lamacentas de Whiskah”. Whiskah é o rio que passa por Abeerden, cidade natal de Kurt… Do underground de Abeerden pro mundo.

Ouça: “Breed”:

Na próxima edição de “Os Discos da Vida”, Labirinto.

Na edição anterior, “Os Discos da Vida: Top Surprise”.

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