Ah, o futuro! Ou, o presente… Não importa se os artistas que conhecemos hoje não vingarão amanhã. Eles já, ao certo, vingaram, afinal criaram, gravaram e lançaram algo que chegou aos nossos ouvidos. Já fizeram sua história – a deles e a do ouvinte. E nos impressionaram, mesmo com pouco, o que definitivamente é suficiente.
Em 2013 – e isso tende a acontecer cada vez mais – dezenas de novos nomes chegaram à caixa de mensagens do Floga-se, a produção musical anda a mil, com resultados bons ou ruins, não importa, cabe ao ouvinte vasculhar, garimpar e descobrir novos nomes e novas sensações causadas por essas músicas.
Aqui, a gente aponta os cinco que mais nos impressionaram, desafiando 2014: faça melhor!
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5.
Astrolábio
Disco: “Coma” (fevereiro)
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O projeto Astrolábio, de São Carlos, interior de São Paulo, não é exatamente uma “revelação” a que se possa atribuir ao ano de 2013. A ideia dos arquitetos Artur Mei e Pedro Cornetta, junto com Vanderlei Reis, já rendeu frutos em 2012, com o EP “Sketches From Mars”, mas lançou em 2013 um trabalho mais ousado, por assim dizer: “Coma”, a trilha-sonora pro próprio documentário sobre a “corrida espacial”. Sim, o Espaço Sideral é tema nessa obra significativa pra quem gosta de Pink Floyd “pós-Barrett, pré-ego-do-Waters”.
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4.
Floema
Disco: “Ferrugem” (março)
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Também de São Carlos (como o Astrolábio acima – deve haver alguma coisa na água daquela cidade), Guilherme Boldrin apresenta seu Floema com “Ferrugem”, um dos trabalhos mais legais de 2013. Ele já havia lançado antes “Silêncio Carpido”, um disco “só pros amigos”. Pra todos, reservou essa pérola chamada “Ferrugem”, onde mostra seu dark ambient, seu idm hipnótico, seus post-rock sinistro e imprevisível. Batidas lentas, ruídos, instrumentos convencionais, Boldrin mistura os sentimentos numa hipnose que torcemos tenha novos frutos.
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3.
Maria False
Disco: “Artefact LP” (fevereiro)
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O quarteto francês (de Rennes) se chamava The Summer Of Marie False e virou apenas Marie False em 2013, quando lançou o acachapante “Artefacto LP”. Há uma mistura bem-ajambrada de Black Rebel Motorcycle Club, Kasabian e My Bloody Valentine em quase todas as faixas. “Go!” é a melhor. Em junho, a banda já lançou um novo EP, “Spots And Lines In A Frame”, mostrando não ter sorte de iniciante. Pra ficar de olho.
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2.
Kikagaku Moyo
Disco: “Kikagaku Moyo” (maio)
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Quinteto japonês de acid space rock que impressiona nesse primeiro EP, auto-intitulado. É pra ouvir chapado, mas vá lá que você não tenha uma “aspirina” em mãos, ainda assim o Kikagaku Moyo (ou “padrão geométrico”) certamente vai te impressionar. Aparentemente, ao vivo, como quase toda banda noisey japonesa, o Kikagaku Moyo estoura uns tímpanos e derrete umas mentes. O negócio, pois, é ficar na torcida pra que eles cresçam o suficiente pra chamar atenção de algum produtor no Brasil. Enquanto isso, acompanhe de perto.
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1.
Mary O And The Pink Flamingos
Discos: “Demos” (março)
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Alguém, por favor, dê um palco (constantemente) a Mary O. A mocinha de Londrina, cuja banda é surgida e radicada em Porto Alegre, é uma fera interpretando as canções do Mary O And The Pink Flamingos – e, olhe, estamos tratando aqui apenas de “demos”. Se nunca vier um disco sequer dessas almas degeneradas pelo Cramps, pela surf music, garage e filmes B, ao menos tente pegá-los ao vivo. Deve ser uma experiência catártica.